A perda de cabelo, também chamada de alopecia, é classificada em duas categorias: cicatricial, quando há destruição permanente dos folículos pilosos, ou não cicatricial.
A alopecia não cicatricial é a forma mais comum de perda de cabelo e pode ser classificada como padronizada, difusa ou focal, com base na distribuição da perda de cabelo.
“São diversos fatores que podem causar a perda de cabelo. Porém, mais importante do que procurar produtos para melhorar essa situação, é se consultar com um dermatologista para diagnosticar a causa e indicar o melhor tratamento para atingir diretamente o problema”, afirma a médica Mariana Rita Fernandes.
Conheça os diferentes tipos e saiba como é possível tratar a perda capilar, de acordo com artigo publicado no periódico científico JAMA na terça-feira (16).
O que é a queda de cabelo padronizada?
A perda de cabelo padronizada envolve o afinamento simétrico progressivo do cabelo, mais proeminente na frente, na parte superior e nas laterais do couro cabeludo.
O afinamento da linha do cabelo nessas áreas ocorre em ambos os sexos. No entanto, ela é mais pronunciada principalmente entre os homens.
A forma mais comum de queda de cabelo padronizada em todo o mundo é a alopecia androgenética, que é uma condição hereditária causada pela exposição ao hormônio sexual masculino diidrotestosterona, com início após a puberdade.
O que é queda de cabelo difusa?
A queda capilar difusa envolve a perda de cabelo de maneira uniforme em todo o couro cabeludo. A forma mais comum de perda de cabelo difusa é o chamado eflúvio telógeno, que resulta na perda de mais de 200 fios de cabelo por dia.
Geralmente, a condição se desenvolve após um evento agudo, como uma doença grave, cirurgia de grande porte, doença da tireoide, gravidez, anemia por deficiência de ferro, desnutrição ou perda rápida de peso ou deficiência de vitamina D.
Outras causas incluem o uso de alguns medicamentos (como lítio, valproato, fluoxetina, varfarina, propranolol, retinóides e isoniazida) ou a interrupção de pílulas anticoncepcionais orais contendo estrogênio.
“A troca do anticoncepcional também é uma causa comum de queda de cabelo. Não acontece em todas as mulheres, mas em muitas delas, pois o cabelo está acostumado a níveis mais altos de estrogênio e progesterona, e a parada da pílula provoca a queda do nível hormonal. Isso faz com que os fios que tinham sido estimulados e crescido, diminuam e caiam”, explica Mariana.
A queda de cabelo geralmente começa cerca de 2 a 4 meses após um evento agudo e geralmente desaparece dentro de 6 a 9 meses.
O que é perda de cabelo focal?
A perda de cabelo focal envolve a queda capilar na forma de manchas no couro cabeludo e, às vezes, no rosto e no corpo.
A forma mais comum de perda de cabelo focal é a alopecia areata, um distúrbio autoimune que geralmente se desenvolve na infância, mas pode afetar indivíduos de qualquer idade, sexo ou raça e etnia. A atriz Jada Pinkett Smith, esposa do ator Will Smith, decidiu adotar os cabelos raspados por conta do distúrbio.
A condição também está associada à asma, rinite alérgica e dermatite atópica e outras doenças autoimunes, como diabetes tipo 1. O crescimento espontâneo do cabelo pode ocorrer em até 30% das pessoas com formas mais leves de alopecia areata.
“A dermatite seborreica é uma inflamação do couro cabeludo que é mais comum em pessoas geneticamente predispostas ou quando se cria hábitos ruins, como dormir com o cabelo molhado, que facilita a proliferação de fungos que inflamam a região. Para isso, iniciamos o tratamento dependendo do grau: em níveis leves, shampoos anticaspa irão controlar a inflamação. Em casos mais severos, há a necessidade de aplicar medicamentos no couro cabeludo”, diz Mariana.
Conheça opções de tratamentos não cirúrgicos para queda de cabelo
A escolha pela melhor opção de tratamento para a queda de cabelo deve ser feita a partir de consulta e orientação médica.
A automedicação, que consiste no uso de fármacos sem prescrição ou orientação por parte de um médico ou profissional de saúde, oferece riscos à saúde, incluindo a possibilidade de reação alérgica.
Alguns indivíduos com alopecia androgenética apresentam crescimento capilar com aplicação tópica de solução ou espuma de minoxidil nas áreas afetadas do couro cabeludo.
Além disso, um medicamento oral que bloqueia a produção de diidrotestosterona (finasterida) pode levar ao crescimento do cabelo ou retardar a queda de cabelo. No entanto, este medicamento pode causar anormalidades fetais e não deve ser tomado por pessoas que desejam engravidar.
A terapia com luz a laser de baixo nível com dispositivos que emitem luz vermelha de baixa frequência também pode aumentar a densidade do cabelo.
Pessoas com alta perda capilar, como o eflúvio telógeno, devem ser tratadas de acordo com a causa associada, como suplementação de ferro para casos de deficiência da substância, suplementação de vitamina D, controle de doenças da tireoide e interrupção de medicamentos que podem causar o distúrbio.
Tanto os pacientes com eflúvio telógeno e como aqueles com queda de cabelo padronizada podem se beneficiar do minoxidil tópico para melhorar a densidade do crescimento do cabelo.
Para alopecia areata, a injeção de um medicamento corticosteróide em áreas irregulares de perda de cabelo pode promover o crescimento dos fios.
Outras opções de tratamento possíveis incluem administração tópica de corticosteróides, minoxidil, antralina e alérgenos de contato (como éster dibutílico de ácido esquárico e difenilciclopropenona).
Uma classe de medicamentos orais chamados inibidores da Janus quinase pode beneficiar indivíduos com alopecia areata grave.
Fonte: Journal of the American Medical Association (JAMA)
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