Por que a autoestima é um assunto tão amplo, tão falado, mas tão incerto e de difícil transformação prática para muitas mulheres? Vamos entender de onde tudo isso vem e para onde tudo isso pode ir.

O princípio da autoestima

Antes de tudo, é importante entender que a autoestima é construída desde a infância. Segundo teóricos da psicologia, se uma criança diz “olha o que eu fiz” e esse comportamento for aprovado, ela tenderá a agir mais daquela forma e a se ver positivamente. Por outro lado, se houver punição, é bastante provável que o agir diminua sua frequência e que a criança passe a perceber-se negativamente. 

Dessa forma, o ambiente hostil leva as pessoas a se sentirem insignificantes, sem valor e elas podem se sentir culpadas porque se sentem incapazes de promover ou adquirir os afetos dos outros. E, então, uma série de adjetivos e crenças negativas são criadas e reafirmadas com o passar do tempo, sendo arrastadas para o presente e futuro, determinando uma vida um tanto quanto disfuncional e cheia de sofrimentos.

Sabendo disso tudo, nós, mulheres, cá na idade adulta, ainda nos perguntamos: entendi de onde tudo isso vem, mas como melhorar a autoestima se eu não posso alterar o meu passado?

Separar diamante de areia

Se o princípio de tudo está lá nas construções do passado, é necessário nos tornarmos garimpeiras de nós mesmas e separarmos o que é diamante do que é apenas areia. A tarefa começa no simples ato de revermos nossas principais crenças sobre nós mesmas e perceber de onde, de qual instante e de quem elas são fruto.

Muitas vezes nos surpreenderemos com a nova e esplêndida clareza de que não somos tão desordeiras quanto nossa mãe dizia, ou tão rabujentas quanto ouvíamos na escola, e simplesmente vemos que essas “roupas” que nos colocaram não nos servem mais. Passamos então a enfraquecer essas crenças e a criar novas crenças funcionais e aliadas ao nosso bem-estar e autoestima positiva.

Um dado importante para ajudar na busca das crenças negativas: elas têm um padrão. São crenças que nos: 

  • Levam a interpretações distorcidas da realidade; 
  • Causam sofrimento; 
  • São frequentemente rígidas, imperativas e supergeneralizadas; 
  • Trazem uma noção determinista à nossa autoimagem; 
  • Podem fazer percebermos a nós mesmas como incapazes de mudá-las. 

Então, toda vez que nos sentirmos estagnadas e sem a perspectiva de podermos mudar o rumo de nossas próprias vidas: alerta vermelha! Por trás disso há alguma crença conectada à nossa identidade e autoestima que está disfuncional e que precisa ser transformada. 

A terapia como facilitadora

Trabalhar a autoestima, além de parecer com o trabalho de um garimpo, parece também com o trabalho de desenvolver um músculo: é necessário praticar com frequência e constância para ver os resultados. Por vezes, conseguiremos fazer este trabalho sozinhas, por vezes precisaremos de alguém qualificado para nos ajudar.

Escolher uma terapeuta que você desenvolva uma conexão de confiança é a chave para o sucesso desse trabalho, pois não se trata de um trabalho puramente técnico-racional, mas depende de um estabelecimento de confiança na relação terapeuta-cliente.

Dessa forma, ao buscar ajuda para desenvolver sua autoestima, busque uma terapeuta que ofereça o acolhimento necessário para que vocês comecem a garimpar essas crenças e finalmente deixar ir embora a areia e lapidar os diamantes que já têm aí dentro!

Referências

  1. https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/cienciasaude/article/download/507/328 
  2. https://www.scielo.br/j/ptp/a/NsJ98sfDWrtt5rx57jLMdWR/?lang=pt
Iara Citron Fraga

LINK DA FONTE

Rolar para cima