Um novo estudo, feito por pesquisadores da Universidade Sydney e publicado na segunda-feira (11) na revista científica British Journal of Sports Medicine, descobriu que a prática de atividade física em altos níveis não é suficiente para neutralizar os efeitos prejudiciais de uma dieta pobre em nutrientes, e reduzir o risco de morte por qualquer motivo.

Na avaliação, os cientistas notaram que participantes que tinham níveis altos de atividade física e uma dieta de alta qualidade tinham o menor risco de morrer, mostrando que você não pode “superar” uma dieta pobre.

A pesquisa avaliou os efeitos separados e em conjuntos da dieta e da atividade física com todas as causas de morte, doenças cardiovasculares e mortalidade por câncer usando um banco de dados do UK Biobank, com informações de 360 mil adultos britânicos.

Segundo a autora principal do artigo, Melody Ding, professora associada do Charles Perkins Center e da Faculdade de Medicina e Saúde da Universidade de Sydney, “tanto a atividade física regular quanto uma dieta saudável desempenham um papel importante na promoção da saúde e da longevidade”.

No entanto, ela avaliu que algumas pessoas acreditam podem compensar os impactos de uma dieta pobre fazendo altos níveis de exercício. “Mas os dados mostram que infelizmente esse não é o caso”, disse Melody em um comunicado.

Os resultados da pesquisa mostram que aqueles que tinham altos níveis de atividade física e uma dieta de alta qualidade, o risco de mortalidade foi reduzido em 17% por todas as causas, 19% por doenças cardiovasculares e 27% por cânceres selecionados, em comparação com aqueles com o uma dieta menos rica e praticam pouca atividade física.

O coautor do estudo Joe Van Buskirk, da Escola de Saúde Pública da Faculdade de Medicina e Saúde, disse que “aderir a uma dieta de qualidade e atividade física suficiente é importante para reduzir o risco de morte por todas as causas, doenças cardiovasculares e câncer”.

Uma dieta rica avaliada para a pesquisa inclui pelo menos cinco porções de frutas e vegetais todos os dias, duas porções de peixe por semana e menor consumo de carne vermelha, principalmente carne processada.

Outros estudos mostraram exercício de alta intensidade pode neutralizar as respostas fisiológicas prejudiciais à alimentação excessiva. Contudo, os efeitos a longo prazo sobre como a dieta e a atividade física interagem entre si permaneceram menos explorados.

Nestes achados, os pesquisadores destacam a importância tanto da atividade física quanto da dieta de qualidade na mortalidade por todas as causas e por causa específica.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda de 150 a 300 minutos, no mínimo, de atividade aeróbica por semana para adultos saudáveis e uma média de 60 minutos por dia para crianças e adolescentes.

“Este estudo reforça a importância da atividade física e da qualidade da dieta para alcançar a maior redução no risco de mortalidade”, disse Melody.

De acordo com os pesquisadores, os órgãos de saúde pública devem se concentrar os esforços na “promoção da atividade física e nas diretrizes alimentares para promover uma longevidade saudável”.

 

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