As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, levando cerca de 18 milhões de vidas a cada ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Dia Mundial do Coração, celebrado nesta quinta-feira (29), promove a conscientização sobre medidas preventivas que contribuem para reduzir os riscos de problemas como o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC).
Alimentação inadequada, sedentarismo, abuso de álcool e tabagismo são alguns dos mais relevantes fatores de risco comportamentais para o desenvolvimento de doenças cardíacas.
Em entrevista à CNN, o médico cardiologista Roberto Kalil, presidente do InCor e chefe da cardiologia do Hospital Sírio-Libanês, afirmou que, embora os fatores de risco sejam conhecidos há décadas, a mudança de hábitos pela população ainda é um desafio.
“Caminhando meia hora por dia, cinco ou quatro vezes por semana é o que as sociedades americana e brasileira de cardiologia preconizam para a prevenção. Uma dieta saudável e cuidar dos fatores de risco, como não fumar. Isso se sabe há décadas, o difícil é executar”, afirma Kalil, apresentador do CNN Sinais Vitais.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alerta que os efeitos dos fatores comportamentais de risco podem se manifestar em indivíduos por meio de pressão arterial elevada, glicemia alta, altos níveis de gordura na corrente sanguínea, sobrepeso e obesidade. De acordo com a Opas, esses fatores de risco intermediários podem ser mensurados em unidades básicas de saúde e indicam um maior risco de desenvolvimento de ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais, insuficiência cardíaca e outras complicações.
“De uma maneira geral, um exame de sangue, que se faz de rotina para qualquer avaliação clínica, ou mesmo para tirar carteira de motorista, muitas pessoas descobrem hipertensão ali, na medição da pressão naquele momento”, diz Kalil.
Parar de fumar, reduzir o consumo de sal, acrescentar frutas e vegetais à dieta, realizar atividades físicas regulares e evitar o uso excessivo de álcool são alguns dos hábitos comportamentais que podem diminuir o risco de doenças cardiovasculares.
Já o tratamento adequado e acompanhamento regular de problemas como diabetes, hipertensão e colesterol alto pode ajudar na prevenção de complicações como ataques cardíacos ou AVC.
Doenças silenciosas
As doenças cardíacas podem se desenvolver de maneira silenciosa, sem que o paciente apresente sintomas por muitos anos. Além disso, os sinais de ataques cardíacos e AVCs podem se apresentar de maneira diferente de uma pessoa para outra.
Os sintomas de infarto incluem: dor ou desconforto no peito, que pode se estender aos braços, ombro esquerdo, cotovelos, mandíbula ou costas. Além disso, a pessoa pode ter dificuldade em respirar ou falta de ar. São comuns sensações de enjoo, desmaio ou tontura, além de suor frio e palidez.
“É uma doença traiçoeira por que os sintomas podem ser mais leves, por exemplo, uma dor na região do estômago, dor nas costas, angústia que não precisa ser dor. A nossa tendência é minimizar, se há uma angústia ou aperto no peito é vista como estresse. É um sintoma traiçoeiro que vai e volta”, diz Kalil.
O sintoma mais comum de um AVC é uma fraqueza da face e dos membros superiores e inferiores, mais frequentes em um lado do corpo. Entre os sintomas, estão dormência na face, braços ou pernas, especialmente em um lado do corpo. Os pacientes podem apresentar confusão mental, dificuldade para falar ou para entender e para enxergar. Tontura, perda de equilíbrio ou coordenação também são comuns, além de dor de cabeça intensa sem causa aparente, com possibilidade de desmaio.
“Qualquer sintoma estranho, procure atendimento médico, um ambulatório ou posto de saúde. Nós conhecemos o nosso corpo. Claro que uma dor forte, suor frio ou desmaios se vai para o pronto-socorro de qualquer jeito. Mas é importante sempre ficar atento aos sintomas leves”, conclui.
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