Anteriormente, o Transtorno Dissociativo de Identidade — ou TID — era conhecido como transtorno de personalidade múltipla. Em vias gerais, esse distúrbio surge em decorrência de traumas ao longo da vida do indivíduo, sobretudo quando permanecem perturbações ou dissociações muito vívidas de memórias do paciente.

Tendo isso em vista, o psiquiatra do Hospital Santa Mônica, Dr. Rodrigo Ribeiro Rocha, irá apresentar, de maneira aprofundada, o conceito de Transtorno Dissociativo de Identidade, e de que forma ele compromete a saúde mental. Ainda, saiba quais são os principais sintomas, as medidas de prevenção e as alternativas de tratamento. Boa leitura!

O que é Transtorno Dissociativo de Identidade?

Esse problema está relacionado às dificuldades que o indivíduo apresenta em reconhecer a sua própria identidade e pode ter relação com os transtornos mentais na adolescência. Sendo assim, ele se caracteriza por estados de personalidade que também podem ser chamados alter egos, estados do eu ou identidades múltiplas.

Esses estados mentais marcados por diferentes identidades se alternam. Porém, essa dificuldade em identificar o verdadeiro “self” gera prejuízos significativos. Os mais frequentes se referem à incapacidade de recordar eventos diários e informações pessoais importantes.

Em alguns quadros, o Transtorno Dissociativo de Identidade provoca a “negação” das lembranças de eventos traumáticos ocorridos ao longo da vida. Isso acontece como um processo de defesa, já que as experiências traumáticas ou estressantes não seriam normalmente perdidas por meio do esquecimento normal. 

Quais são as causas desse transtorno?

Geralmente, esse distúrbio é mais comum em pessoas que experimentaram traumas, experiências negativas ou estresse opressivo durante a infância. Isso se explica porque essas condições podem gerar impactos tão negativos que afetam a estabilidade psíquica e provocam desordens na própria identidade.

Na infância, experiências traumáticas deixam marcas profundas, já que as crianças não nascem com um sentido de identidade unificada. Assim como acontece o desenvolvimento físico gradual, a formação cerebral ocorre em etapas. Isso envolve tanto as funções cognitivas quanto as emocionais.

Dessa forma, se houver opressão nessa etapa, muitas regiões cerebrais que deveriam se conectar permanecerão separadas. Assim, situações associadas a abuso físico, sexual ou emocional influenciam o surgimento de vários transtornos. Crianças que vivem em condições de negligência também se tornam mais vulneráveis ao transtorno.

Modificação da estrutura cerebral na infância

Quaisquer experiências que gerem sofrimento psíquico afetam a integridade emocional da criança. Exemplo disso é a perda importante precoce, como a morte de um dos pais. Diagnósticos de doenças graves também se incluem como eventos estressores determinantes para esse transtorno.

Esses eventos modificam não apenas a estrutura cerebral, como também influenciam mudanças no comportamento. Com o tempo, essas crianças tendem a desenvolver certa capacidade de escapar dos maus-tratos. Uma das formas é pelo “distanciamento” da situação.

Dessa maneira, elas se desconectam de seus ambientes físicos opressores e buscam refúgio em suas próprias mentes. Isso também pode evidenciar a depressão infantil. Essa é a hipótese mais provável para explicar como cada fase do desenvolvimento infantil — marcada por experiências traumáticas — pode gerar uma identidade diferente.

Quais são os principais sintomas do TID?

Estudos indicam que a prevalência do Transtorno Dissociativo de Identidade é em torno de 1,5%, tanto em homens como em mulheres. Contudo, vale destacar que essa doença pode começar em qualquer faixa etária, inclusive na infância e na velhice. 

Diante disso, elencamos alguns sintomas característicos do TID. Veja quais são! 

Amnésia

Nesse transtorno, os pacientes tendem a esquecer de algo recente ou, às vezes, não se lembrar de coisas de rotina pelas quais não se sentem responsáveis ou que não reconhecem. Assim, essa é uma característica marcante em relação ao transtorno de estresse pós-traumático, com lembranças focadas nas experiências negativas.

Alguns pacientes são cientes desses lapsos de memória e, por isso, tentam escondê-los. No entanto, a amnésia pode ser percebida por outras pessoas de seu convívio. Em geral, pacientes com TID têm dificuldade até mesmo para se lembrar de informações pessoais importantes, como o próprio nome.

Esse tipo de amnésia é classificada como dissociativa, e suas manifestações são:

  • formação de lacunas na memória de eventos pessoais traumáticos do passado como violência ou morte de um ente querido;
  • lapsos na memória confiável, que são relacionados ao esquecimento de algo aprendido recentemente.

Múltiplas identidades

Esse sintoma pode ocorrer tanto sob a forma de possessão, quanto de não possessão. No primeiro caso, as identidades múltiplas são facilmente visíveis. Pacientes com essas características falam e agem de uma maneira totalmente diferente; é como se outra pessoa assumisse sua identidade.

Muitas vezes, a nova identidade pode ser aquela de outra pessoa com a qual conviveu, de quem se afastou ou que veio a falecer, talvez até mesmo de forma dramática. Logo, a pessoa age como se incorporasse um espírito sobrenatural, que volta para exigir punição pelas ações passadas.

Já na forma de não possessão, as identidades distintas muitas vezes não são fáceis de perceber. Elas podem ou não ficar evidentes. Nesses casos, os pacientes experimentam distúrbios de despersonalização, pois se sentem irreais e completamente desconectados de seu próprio “self”.

Alguns pacientes relatam que se sentem como se fossem meros observadores de suas vidas. Ou seja, é como se a vida deles passasse em um filme e eles assistissem, mas sem nenhum controle sobre o que acontece. Esse comportamento evidencia uma importante característica da TID: a perda da entidade pessoal.

Alternância de identidade na rotina 

No dia a dia, as pessoas com Transtorno Dissociativo de Identidade também podem manifestar múltiplas personalidades. Elas podem, inclusive, passar por alternância nas identidades e se comportar de forma diferente em uma mesma situação ou evento. No trabalho, por exemplo, uma identidade estressada pode, repentinamente, tratar mal um colega ou chefe.

Como parte desse distúrbio, os pacientes podem ter pensamentos repentinos, agressivos e impulsivos. Também há a possibilidade de apresentar sentimentos e emoções que parecem não pertencer a eles. Nessa mistura de sensações, ocorrem múltiplos fluxos de pensamento, que levam à confusão mental ou à experiência de “ouvir vozes”.

Como é feito o tratamento no Hospital Santa Mônica?

Em nossa instituição, o tratamento para a TID pode ser realizado de diferentes formas. Por meio de uma avaliação criteriosa dos sintomas, a equipe multidisciplinar determina qual é a intervenção terapêutica mais adequada. 

Em geral, as terapias mais utilizadas no Hospital Santa Mônica são: 

Como você percebeu, existe tratamento para o Transtorno Dissociativo de Identidade. Logo, é possível superar esse problema e recuperar a saúde e qualidade de vida. Nesse contexto, a escolha de uma instituição referência em saúde mental, como o Hospital Santa Mônica, faz toda a diferença nos resultados.

Conhece alguém que precisa de ajuda nesse sentido? Entre em contato com o Hospital Santa Mônica e fale com os nossos colaboradores!

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