Lipoproteína de alta densidade, ou HDL, colesterol – muitas vezes referido como o colesterol “bom” – pode não ser tão útil na previsão do risco de doença cardíaca e na proteção contra ela como se pensava anteriormente, de acordo com uma nova pesquisa financiada pelo National Institutes of Health (NIH) dos Estados Unidos.
Um estudo da década de 1970 apontou que altos níveis de concentração de colesterol HDL estavam associados a baixo risco de doença cardíaca coronária, uma relação que desde então tem sido amplamente aceita e usada em avaliações de risco de doença cardíaca. No entanto, apenas americanos brancos foram incluídos nesse estudo.
Agora, uma pesquisa publicada na segunda-feira (21) no Journal of the American College of Cardiology revelou que baixos níveis de colesterol HDL estavam associados a um maior risco de ataque cardíaco entre adultos brancos, mas o mesmo não acontecia entre adultos negros. Além disso, níveis mais altos de colesterol HDL não reduziram o risco de doença cardiovascular em nenhum dos grupos.
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“Tem sido bem aceito que níveis baixos de colesterol HDL são prejudiciais, independentemente da raça. Nossa pesquisa testou essas suposições”, disse Nathalie Pamir, autora sênior do estudo e professora associada de medicina no Instituto Cardiovascular Knight da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, em Portland, em um comunicado à imprensa. “Isso pode significar que, no futuro, não receberemos um tapinha nas costas de nossos médicos por ter níveis de colesterol HDL mais altos”.
Os pesquisadores usaram dados de milhares de pessoas que foram inscritas na coorte Razões para Diferenças Geográficas e Raciais no AVC (Regards, em inglês). Os participantes tinham pelo menos 45 anos quando se inscreveram no programa entre 2003 e 2007, e sua saúde foi analisada em uma média de 10 anos.
Os especialistas descobriram que altos níveis de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL) e triglicerídeos “modestamente” previram o risco de doença cardíaca entre adultos negros e brancos.
Mas eles sugerem que são necessários estudos complementares para entender o que está impulsionando as diferenças raciais na ligação entre HDL e risco de doença cardíaca.
E, enquanto isso, as avaliações clínicas atuais para o risco de doença cardíaca “podem classificar erroneamente o risco em adultos negros, dificultando potencialmente os programas ideais de prevenção e gerenciamento de doenças cardiovasculares para esse grupo”, escreveram eles.
A correspondente médica da CNN, Tara Narula, diretora associada do Lenox Hill Women’s Heart Program, disse que o estudo “destaca a necessidade muito importante de mais pesquisas específicas de raça e etnia e que não existe uma abordagem única para todos. Além disso, esta pesquisa enfatiza a necessidade contínua de educar que altos níveis de HDL não são um passe livre e o foco deve ser colocado no controle de LDL elevado e outros marcadores conhecidos de risco cardiovascular aumentado”.
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