Em 1914, iniciava no mundo a Primeira Guerra mundial, um embate bélico entre as principais potências do mundo, que se uniram na Tríplice Aliança e na Tríplice Entente. Naquela época, acreditava-se que essa seria a única guerra de proporções mundiais.

Entretanto, até os dias atuais, a guerra ainda é presente no mundo, o que pode ser evidenciado com o atual embate entre Rússia e Ucrânia. Nesse sentido, além da extrema violência que essas guerras geram, há também a preocupação com a saúde mental dos refugiados de guerra.

Visando explicar mais a respeito dessa adversidade, trouxemos um artigo que detalha como a guerra afeta a vida e a saúde, principalmente mental, das pessoas e como podemos minimizar esses efeitos. Para ter acesso a essa informação, continue com a leitura.

Como a guerra afeta a saúde mental das pessoas?

A saúde mental está diretamente relacionada à forma como as pessoas reagem às exigências da vida e ao modo como harmonizam suas emoções, ambições e capacidades. Ademais, ela também se correlaciona ao sentimento de segurança, tanto econômica quanto social e política.

Em tempos de guerra, o stress e a tensão são os principais sentimentos que dominam o ser humano. A todo momento, são noticiados ataques violentos, o uso de armas e o aumento do número de mortes, de feridos e de pessoas desabrigadas.

Em função disso, as mais diversas populações do mundo são afetadas. Como essas notícias trazem um sentimento de insegurança e medo das consequências econômicas e sociais advindas dos conflitos, é comum ocorrer a deterioração da saúde mental, pela sensação de insegurança e ansiedade pelo futuro.

Além disso, os cidadãos dos países envolvidos na guerra sofrem os constantes bombardeios, a perda de entes queridos e assistem, bem de perto, toda a violência que a guerra traz consigo. Eles também vivem a realidade de ter que deixar seus pertences, familiares e vida social para ir em busca da sua própria sobrevivência.

Isso afeta demasiadamente a saúde mental das pessoas, pois ocorre uma perda da harmonização das emoções. Concomitantemente, há uma quebra repentina dos laços, tanto de origem quanto sociais, e um choque cultural pela mudança de território.

Além do mais, há a necessidade de viver em abrigos, muitas vezes sem muito apoio, e o risco de perder o acesso às condições básicas de saúde — como saneamento básico, ambiente salubre e, principalmente, alimentação.

Quais os transtornos relacionados a esse contexto?

A saúde mental em tempos de guerra é um dos principais fatores que impactam na saúde dos cidadãos, tanto dos países em guerra quanto dos países que recebem os refugiados.

O ambiente de violência e incerteza — sobre o futuro, a economia e o fim da guerra — gera um sentimento de ansiedade. Isso pode progredir ainda para o desenvolvimento de um quadro de ansiedade generalizada.

Além disso, ao assistir os eventos aos quais os refugiados são submetidos, a angustia e a depressão podem ser fatores presentes nos cidadãos.

Concomitantemente, as pessoas que estão em meio à guerra podem desenvolver transtornos de estresse pós-traumático, dada a proximidade com os eventos violentos e até mesmo o fato de presenciar a morte de outras pessoas.

Elas também podem apresentar o quadro de ansiedade, depressão e transtornos de personalidade/emoções. Isso porque, ao serem submetidas à migração forçada, perdem seus bens e vínculos sociais já estabelecidos, sendo obrigadas a ir para um local desconhecido, muitas vezes sem nem a companhia de seus familiares.

Quais são as principais consequências de se refugiar?

No geral, as principais consequências são mais perceptíveis nos países que abrigam os refugiados. Isso porque, com o repentino e grande fluxo migratório para um local, ocorre a “explosão demográfica”.

A explosão demográfica é um fenômeno geográfico que afeta diretamente a economia e as relações sociais, pois ela causa uma série de eventos e pode ir ao encontro de diversas limitações dos países, como:

  1. ausência de infraestrutura para receber a grande e repentina quantidade de imigrantes, fazendo com que o acesso ao saneamento, à saúde, à educação e à segurança fique comprometido;
  2. número insuficiente de empregos e de não geração de renda para todos;
  3. presença de fome e miséria entre os refugiados e até mesmo entre a população local, pois a falta de emprego pode afetar a todos;
  4. aumento da criminalidade pela falta de estrutura e organização para o repentino contingente populacional;
  5. aumento dos transtornos mentais e decaimento da saúde mental, tanto dos moradores locais quanto dos refugiados, em função da crise econômica e social que se instala no país.

Como minimizar os problemas?

Quando uma pessoa se sujeita ao refúgio é porque não há outra opção, visto que a permanência no seu local de origem representa um risco à sua vida e à de seus familiares. Inclusive, muitos refugiados são pertencentes a uma classe média em seus locais, tendo uma vida digna até que se iniciem os conflitos.

Dessa forma, o ciclo vicioso da migração por refúgio tende a manter-se se não houver esforços conjuntos dos governos, de ONGs, da iniciativa privada e da população local para o acolhimento e cuidado com os refugiados.

Podem ser criados centros para abrigar, de forma digna, os refugiados, fornecendo saneamento básico, alimentação e o acesso à saúde, à educação e à segurança.

Além disso, surge a necessidade de centros de apoio à saúde mental dos refugiados, com a presença de psicólogos e psiquiatras. Como a saúde mental é o principal fator afetado com o ambiente de guerra, ela deve ser uma das primeiras a receber um manejo adequado.

Com a recuperação da saúde mental, os refugiados terão maior disposição e força para enfrentar as adversidades que encontrarem nos países em que estão se abrigando. Somente com a mente sã o corpo também fica são, permitindo uma maior integração social e possibilidade de busca por fontes de renda.

Por fim, podem ser criados programas de integração entre cidadãos e refugiados, visando minimizar os choques culturais e possíveis ações xenofóbicas. Isso tornaria mais fácil a convivência entre as diferentes culturas, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e da saúde mental de ambas as partes.

A saúde mental dos refugiados de guerra, além da dos cidadãos dos países que recebem os refugiados, é um fator preocupante em períodos de conflitos. O choque cultural, os preconceitos e a ausência de infraestrutura para acolher a todos de forma satisfatória são os principais fatores agravantes dessa problemática. Portanto, isso carece de intervenções, pois somente dessa forma essa realidade poderá ser transformada.

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