Consultas médicas de rotina permitem o acompanhamento integral da saúde, reduzindo os riscos de doenças e permitindo a identificação precoce de problemas como câncer, hipertensão e colesterol alto.

Neste mês, a campanha Novembro Azul promove a conscientização sobre a saúde masculina e incentiva a procura por atendimento médico de maneira preventiva.

O acompanhamento médico contribui para evitar complicações como retenção urinária, que é a incapacidade de urinar, cálculos na bexiga, infecção urinária e insuficiência renal.

De acordo com os especialistas, cinco sinais indicam a necessidade de procura por atendimento especializado.

  1. Dores: dor lombar podem ser sinal de problemas nos rins e nos testículos pode ser indícios de inflamações ou tumor
  2. Evidências de problemas no sistema reprodutor masculino: impotência, ejaculação precoce, desconforto durante a relação, sangue no esperma ou ausência de orgasmo
  3. Infecções sexualmente transmissíveis: sintomas como coceira, vermelhidão, dor, bolhas, feridas, ardência ao urinar, corrimento e verrugas penianas podem ser sinal de ISTs
  4. Sintomas no trato urinário: desconforto ao urinar, gotejamento, presença de sangue na urina, aumento ou diminuição na frequência urinária
  5. Avançar da idade: homens acima de 50 anos devem realizar o exame de próstata e o PSA (antígeno prostático específico).

Homens apresentam resistência em ir ao médico

O médico urologista atende homens e mulheres, mas para a saúde masculina seu papel se torna essencial. A partir de consultas regulares, é possível prevenir e tratar de maneira oportuna doenças do sistema reprodutor e do trato urinário, como cânceres de rim, pênis e próstata, infecções urinárias e sexualmente transmissíveis, fimose, disfunção erétil e ejaculação precoce.

Ao contrário de problemas de saúde como o cálculo renal, por exemplo, que causa muita dor, outras doenças podem se desenvolver de maneira silenciosa ao longo dos anos, sem apresentar qualquer tipo de sintoma, tornando o diagnóstico precoce mais difícil.

“Em nossa cultura, a menina é orientada a se consultar com o ginecologista desde muito nova, porém com os meninos isso não acontece. Desde o nascimento, infância e principalmente adolescência, essas consultas deveriam fazer parte de uma rotina de saúde. Alterações hormonais, do desenvolvimento do crescimento e da genitália, bem como outros problemas urológicos poderiam e deveriam ser resolvidos nessa faixa etária e a não detecção e tratamento adequado pode impactar negativamente na sua vida adulta”, afirma o chefe do Serviço de Urologia do Hospital Federal da Lagoa, no Rio de Janeiro, José Anacleto.

Um levantamento recente realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com dados do Sistema de Informação Ambulatorial do Ministério da Saúde apontou que as mulheres cuidam mais da saúde do que os homens.

Os números indicam que, em 2022, foram registrados mais de 1,2 milhão de atendimentos femininos por médicos ginecologistas no Sistema Único de Saúde (SUS), seis vezes mais do que os 200 mil atendimentos de homens pelo urologista.

“A presença do urologista no cuidado da saúde masculina é necessária durante toda a vida, mas ganha mais importância a partir dos 40 anos, por conta da incidência do câncer de próstata, que aumenta com a idade. No entanto, a resistência a essa rotina de cuidados ainda é grande, principalmente pelos mitos envolvendo o exame clínico de toque retal, algo rápido e indolor que pode salvar vidas e é o primeiro passo no diagnóstico do câncer de próstata”, diz o urologista Alexandre Crippa, médico da Urobrasil, empresa do Grupo H+Brasil.

Doença silenciosa

O câncer de próstata é um tumor maligno que atinge a glândula do sistema reprodutor masculino, localizada sobre o reto e embaixo da bexiga urinária. Há diversas fases, ou estadiamento, e o seu tratamento e evolução irão depender das características especificas do tumor.

“Ingerir mais gordura animal pode aumentar o risco de câncer da próstata, mas isso ainda está sendo pesquisado. De qualquer modo, hábitos saudáveis de alimentação e exercício físico sempre são uma forma de prevenção de doenças”, afirma Crippa. “Além da cirurgia, radioterapia tratamento conservador, existem outras alternativas de tratamento para o câncer da próstata localizado. A descoberta de novas medicações está cada vez avançada, assim como os procedimentos cirúrgicos. O mais importante é o diagnóstico precoce”, completa.

A consulta ao urologista permite o diagnóstico da hiperplasia prostática benigna (HPB), que consiste no aumento da próstata que não está associado ao câncer. Com o avançar da idade é normal que a próstata aumente de tamanho, porém nem todos os indivíduos terão sintomas urinários. De acordo com o Portal da Urologia, da SBU, cerca de 50% dos homens acima de 50 anos terão HPB. Aos 90 anos, 80% dos pacientes serão afetados por essa condição.

“Existe fator genético associado. Além disso, a síndrome metabólica que envolve obesidade, alterações de colesterol e resistência à insulina também favorecem o desenvolvimento da condição”, explica o urologista Alexandre Crippa.

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