O equilíbrio das relações construídas no ambiente de trabalho é decisivo para manter a harmonia organizacional. Em outras palavras, é importante que as relações sejam pautadas pelo senso de justiça. Contudo, em algumas organizações esse equilíbrio relacional não existe.
Nesses casos, alguns profissionais da equipe são tratados com privilégios em relação aos outros, o que pode ser definido como favoritismo. No artigo a seguir explicaremos o que é esse favoritismo no trabalho, seus impactos negativos e como lidar com ele.
O que é o favoritismo no trabalho?
Resumidamente, favoritismo é o processo em que um indivíduo é priorizado em detrimento de outro gerando prejuízo para as outras pessoas envolvidas. No âmbito organizacional, isso acontece quando um líder oferece benefícios e melhor tratamento para os mesmos colaboradores.
Esse favoritismo pode ser direcionado a profissionais com mais tempo na empresa ou ainda aqueles que têm uma relação pessoal mais próxima com o líder. Ao agir assim, esse líder prejudica os demais colaboradores.
Isso pode ser resultado de um processo consciente ou inconsciente. No processo consciente, o líder sabe exatamente o que está fazendo. Já no processo inconsciente, ele oferece esses benefícios sem perceber que o está fazendo.
Possíveis consequências do favoritismo no trabalho
O favoritismo representa um sério problema para o bom desempenho das equipes. A seguir listamos alguns dos principais impactos negativos que podem ser gerados por esse comportamento.
1. Despertar de emoções negativas
Os profissionais de uma empresa são também pessoas com sentimentos e incertezas. Estar em um lugar de ser preterido, independentemente do motivo, faz com que as pessoas acessem emoções bastante negativas. Tais emoções variam de indivíduo para indivíduo, mas geralmente consistem em tristeza, ciúme, inveja, frustração, raiva e senso de injustiça.
Para muitos há ainda o desenvolvimento do medo de perder o trabalho ou não ser promovido, ainda que tenha méritos para isso. O simples fato de não ser o favorito do líder coloca o indivíduo em uma posição bastante delicada.
2. Mistura da vida pessoal com a vida profissional
Quando há favoritismo, geralmente existe uma relação muito próxima entre o líder e os seus favoritos. Tal proximidade pode ultrapassar os limites que são interessantes para a empresa. A amizade entre colaboradores, inclusive entre líderes e liderados, não é um problema. Essa apenas se torna uma questão quando a vida pessoal passa a “invadir” a vida profissional.
A demonstração de uma preferência por parte do líder pode abrir margem para uma intimidade maior do que o desejado. Quanto mais a relação íntima entre o líder e seus favoritos salta aos olhos do restante da equipe, mais se cria um ambiente de desconfiança. Os demais colaboradores podem deixar de entregar seus melhores resultados por compreender que não têm chances em relação aos favoritos.
3. Promoções sem fundamentos
Uma das consequências mais complicadas do favoritismo no trabalho é a promoção de profissionais baseada somente em grau de amizade. Um líder que favorece aqueles com quem têm mais intimidade, pode acabar delegando tarefas e até mesmo promovendo colaboradores despreparados.
Com o passar do tempo, uma escolha errônea para posições-chave pode custar resultados e espaço no mercado. E, além disso, ainda tem o fato de que os colaboradores preteridos, e talvez mais bem qualificados, decidam deixar a empresa. Afinal, quem quer trabalhar em uma organização em que não há chance de promoção por não ser amigo íntimo do líder?
4. Alta rotatividade e queda de produtividade
A taxa de turnover (rotatividade) tende a ser mais alta nas empresas em que há favoritismo. Como citamos acima, é difícil que os profissionais preteridos tenham o desejo de se manter nos quadros de colaboradores dessas companhias. Muitas empresas perdem excelentes colaboradores pelo simples fato de conceder privilégios para profissionais menos qualificados.
E não se engane, enquanto esses profissionais não conseguirem outra vaga, não irão se empenhar com afinco em suas atividades. A frustração de ver seus esforços não serem reconhecidos em detrimento de favoritismo desestimula até os mais dedicados.
5. Problemas de relacionamento
Ser o favorito do líder, na sua opinião, é algo positivo? Inicialmente, pode parecer que sim, mas na prática acaba jogando contra o próprio colaborador. Certamente, os colegas não o verão com os mesmos olhos que o chefe. O favoritismo gera uma competitividade nociva na empresa e pode levar a uma série de questões de relacionamento.
Provavelmente, o favorito não será incluído nas atividades fora da empresa, como happy hour, e sempre que possível os colegas irão prejudicá-lo. Esses problemas não precisam existir, basta que todos sejam tratados com equidade. O favoritismo abre margem para o despertar de sentimentos bastante negativos entre os colaboradores.
Dicas para lidar com o favoritismo no trabalho
Acima explicamos o quanto o favoritismo no trabalho pode ser prejudicial. A seguir vamos apresentar algumas dicas de como lidar com essa questão para evitar que ela contamine o clima organizacional.
Estabelecimento de regras objetivas para promoções
Profissionais, sejam líderes ou liderados, são antes de qualquer coisa humanos. Isso significa que podem desenvolver um sentimento de favoritismo inconscientemente por alguns colaboradores. Para evitar que essas emoções se sobreponham à racionalidade de escolhas, é interessante definir regras objetivas para as promoções.
Os colaboradores promovidos devem ser aqueles que entregam melhores resultados de acordo com indicativos práticos. Em uma empresa, é essencial haver sistemas essencialmente racionais com regras predeterminadas para evitar favorecimentos.
Diálogo entre líderes e liderados
O estabelecimento de um diálogo franco e aberto entre líderes e liderados é o segredo para combater práticas nocivas como o favoritismo. Em um ambiente organizacional em que os colaboradores podem manifestar suas opiniões se torna mais fácil que eles falem sobre questões potencialmente incômodas. Quando o favorecimento é inconsciente, é possível que o líder seja despertado para essa problemática.
Interferência do setor de RH
No entanto, se mesmo com os apontamentos dos membros da equipe, ainda assim não houver mudança de atitude por parte do líder, é essencial poder contar com o RH. As empresas que desejam se consolidar no mercado devem ficar atentas para a criação de um ambiente salutar para todos.
Dessa forma, é preciso haver um profissional com a função de ouvir e entender as demandas dos colaboradores. Saber que pode falar a respeito de problemas e encontrar soluções é determinante para os profissionais.
Gostou de saber mais sobre como lidar com o favoritismo no ambiente de trabalho? Aproveite para compartilhar este conteúdo em suas redes sociais para passar o conhecimento adiante!
Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC – Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.
*Esse conteúdo não é fonte para veículos jornalísticos ou matérias para imprensa, para utilização ou referência por favor entre em contato conosco.