Segundo o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), entre 2007 e 2009, o número de afastamentos do trabalho em decorrência de distúrbios emocionais saltou de 3.918 para 6.403 casos. Até 2007, a depressão não era notificada como um mal que poderia ocorrer em decorrência do ambiente de trabalho, até então a doença era subnotificada com outros nomes.
Com a criação do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP), a partir desse ano, a depressão passou a ser identificada e diagnosticada como uma das doenças causadoras de mais afastamentos do trabalho. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão será o segundo maior fator incapacitante do trabalho no mundo, perdendo apenas para doenças cardíacas, na terceira década do novo século.
Outro estudo feito pela Previdência Social, entre 2002 e 2005, aponta que os transtornos mentais e comportamentais já representavam, na época 33,5% dos casos de afastamento do trabalho. Um número bastante razoável, uma vez que nem sempre o problema está localizado em apenas uma pessoa da empresa, mas pode apresentar sintomas em vários membros de um mesmo grupo.
No artigo a seguir apresentaremos com mais detalhes esse grande problema do universo corporativo que demanda ações pontuais e eficientes.
A depressão no trabalho
Condições de trabalho ruins, assédio moral (humilhações), exploração da mão-de-obra, excesso de cobranças e prazos, não reconhecimento financeiro, do desempenho e das qualidades do colaborador são alguns dos fatores que levam à depressão proveniente do ambiente de trabalho.
Os sintomas mais comuns da doença são: insônia, irritabilidade, dores sem causa aparente, cansaço excessivo, queda de produtividade, perda do interesse pela atividade e dificuldades na tomada de decisões. Mais adiante iremos apresentar os sintomas com mais detalhes, mas lembre-se de que somente um especialista pode fazer o diagnóstico.
A doença, que de forma geral atinge cerca de 127 milhões de pessoas em todo mundo, está mais próxima do que imaginamos. Não é raro encontrarmos alguém que conhecemos, ou nós mesmos, apresentando alguns desses sinais. E é preciso ficar atento quando o que parece uma tristeza e irritação comuns tornam-se sintomas recorrentes.
Esse alerta vermelho deve ser redobrado em relação às mulheres, pois elas são as principais atingidas pelo problema: 25% dos casos, em contrapartida a 15% dos homens. Nelas a doença, além de todas as causas já citadas, é proveniente, ainda, da discrepância entre um maior esforço no trabalho e a menor recompensa salarial, desequilíbrio entre vida profissional e pessoal e também a preocupação com filhos menores de 18 anos em casa.
Conheça os principais sintomas da depressão
A depressão, considerada como o “Mal do Século” pela OMS, tem como principal sintoma o surgimento de uma tristeza profunda e persistente (mais de duas semanas).
Também são sintomas relativamente comuns o pessimismo, o desânimo e a baixa autoestima. Além disso, a depressão afeta a vida do indivíduo, podendo tornar penoso realizar até mesmo atividades que antes eram prazerosas.
Pessoas que sofrem de depressão podem desenvolver quadros de ansiedade e angústia. Há ainda outros sintomas que devem ser observados com atenção como:
- Manifestações de ansiedade, angústia e irritabilidade;
- Desânimo e profundo cansaço;
- Redução da capacidade de se sentir feliz ou alegre até com aquilo que antes lhe dava prazer;
- Sentimento de apatia, desinteresse e falta de motivação;
- Interpretação distorcida dos fatos;
- Raciocínio mais lento e dificuldade de concentração;
- Insônia (dificuldade para dormir ou despertar matinal precoce);
- Dores e sintomas físicos que não tem justificativa clínica;
- Pessimismo e ideias negativas recorrentes;
- Sensação de fracasso e de ser inútil;
- Aumento ou perda de apetite com ganho ou excessiva perda de peso.
Esses são apenas alguns sintomas da depressão, é importante que ao perceber mudanças de humor e na saúde física o indivíduo busque orientação. Conversar com pessoas próximas pode ser o primeiro passo para se sentir preparado para buscar o atendimento por um profissional da área de saúde mental.
Diagnóstico da depressão
Atualmente, muitas empresas estão buscando criar um ambiente de trabalho harmônico, onde as qualidades dos colaboradores são reconhecidas e estimuladas. As potencialidades dos colaboradores são valorizadas e seus esforços recompensados financeiramente. O sistema previdenciário brasileiro também tem criado mecanismos para identificar e tratar a doença. Contudo, a maior dificuldade está no diagnóstico.
Por conta do medo de perder o emprego ou futuras promoções, o trabalhador demora a procurar ajuda quando percebe sinais da doença. Essa demora pode causar a evolução do quadro e dificultar ainda mais o tratamento. Um caminho contrário, pois muitas empresas, alegando queda de produtividade, optam pela demissão do empregado.
Se você se sente assim, procure ajuda especializada antes que seu problema evolua. Psicoterapia e medicação são os tratamentos mais usados atualmente. É fundamental ressaltar, contudo, que somente um especialista da área de saúde mental poderá fazer esse diagnóstico.
Caso a empresa em que você atua não ofereça acesso a esse tipo de tratamento, é interessante buscar auxílio por conta própria. O que não pode é deixar o quadro evoluir sem buscar ajuda.
Depressão x Tristeza: como diferenciar?
Como mencionamos acima, a tristeza recorrente e permanente é um sintoma de depressão. No entanto, não significa que uma pessoa que se sente triste está depressiva. É essencial haver a diferenciação entre depressão e tristeza para evitar confusões e autodiagnósticos. Lembre-se que somente um especialista pode diagnosticar a depressão.
Veja a seguir alguns pontos determinantes para diferenciar tristeza e depressão:
Motivo
Perder o emprego, brigar com alguém, o falecimento de um ente querido, entre outros motivos, podem nos deixar tristes. A grande questão a respeito da tristeza é exatamente que ela possui uma origem fácil de identificar. Isso significa que nós sabemos o que nos deixa tristes.
Por sua vez, na depressão a tristeza é profunda e muitas vezes não possui um motivo aparente. A pessoa está muito triste sem saber por quê. Ainda que algo incrivelmente bom aconteça, essa pessoa continuará se sentindo triste.
Reflexos
Uma pessoa que está triste pode apresentar alguns sintomas físicos, dependendo do tamanho do seu pesar. Nesses casos, há pessoas que sentem taquicardia, aperto no peito e choram demasiadamente.
No caso de pessoas depressivas, essa imensa sensação de tristeza pode levar a pensamentos suicidas. Por isso, é essencial haver acompanhamento clínico por um especialista em saúde mental.
Pensamentos
Uma pessoa triste costuma ter pensamentos recorrentes a respeito do motivo da sua tristeza. Por exemplo, se o motivo da tristeza é o término de um relacionamento amoroso, é natural que a pessoa pense muito na relação e no ex-parceiro(a). Na depressão, a tristeza é profunda e sem uma razão aparente, então não há esse foco em pensamentos a respeito de um motivo.
Mais uma vez ressaltamos que é necessário buscar um especialista para entender se está passando por uma tristeza ou por um quadro de depressão.
Não tenha vergonha ou medo de pedir ajuda. Cuide-se e bom trabalho!
Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC – Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.
*Esse conteúdo não é fonte para veículos jornalísticos ou matérias para imprensa, para utilização ou referência por favor entre em contato conosco.