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Desejo de produzir cada vez mais: até onde é saudável?
Produtividade é a característica de quem é produtivo. Quando produzimos muito durante o dia, ficamos com uma sensação agradável de dever cumprido mas, afinal, o tempo disponível foi muito bem aproveitado!
Esse comportamento e os sentimentos resultantes são completamente saudáveis. O problema é quando o desejo de produzir cada vez mais passa a nos consumir e acaba interferindo nas demais áreas das nossas vidas.
Segundo psicólogos, existe um limite para a produtividade. Essa afirmação pode parecer estranha para quem tem a produtividade como ponto central de sua vida. No entanto, assim como acontece com outros fatores das nossas vidas, precisamos encontrar o equilíbrio entre a escassez e o excesso.
O que é o desejo de produzir cada vez mais?
Um certo nível de produtividade é necessário para concluir tanto atividades corriqueiras quanto profissionais. Ele também nos ajuda a encontrar um senso de propósito para as nossas vidas diárias e razões para estar sempre em busca do nosso desenvolvimento pessoal. Então, o desejo de produzir é indispensável para o nosso bem-estar emocional.
Todavia, hoje encontramos muitas pessoas que têm o desejo de produzir cada vez mais, independentemente do quanto já tenham produzido até então. Parecem nunca estar satisfeitas com a sua performance profissional, a qualidade dos seus projetos pessoais, o seu modo de educar os filhos e até com o jeito que efetuam os afazeres domésticos.
Para atingirem os seus objetivos, essas pessoas negligenciam a si mesmas e se colocam em uma posição vulnerável ao estresse, ansiedade e depressão. A essa mentalidade de excesso atribuímos o nome de “produtividade tóxica”, caracterizada por um conjunto de atitudes e crenças que colocam ser produtivo acima de tudo.
De onde vem o desejo de produzir cada vez mais?
O desejo de produzir cada vez mais é motivado por várias razões.
Ansiedade
A ansiedade é uma das principais razões para a produtividade tóxica. Por isso, o desejo de produzir cada vez pode surgir para aliviar o desconforto provocado por esse sentimento ou para evitar que medos se realizem. Por exemplo, um profissional pode ter medo de ser mandado embora, por isso, se dedica excessivamente ao trabalho, se esquecendo das demais esferas da sua vida.
Senso de obrigação
Pessoas que cresceram em um ambiente de cobranças excessivas costumam desenvolver um senso de obrigação com algum fator da sua vida. Pode ser os estudos, o trabalho ou os relacionamentos. Para elas, ter baixa produtividade é inaceitável, então procuram sempre se manter ativas. Por isso, quando não estão produzindo, sentem que estão perdendo tempo ou deixando de cumprir as suas obrigações como indivíduo.
Perfeccionismo
O perfeccionismo é semelhante ao senso de obrigação. Então pessoas perfeccionistas não costumam ficar satisfeitas com o que produzem. Na tentativa de obter um resultado melhor, elas se forçam a refazer as suas produções ou trabalhar mais minuciosamente.
O estresse e a ansiedade costumam ser seus companheiros constantes por conta disso. Além disso, colegas de trabalho, chefes e outros indivíduos podem achar a sua mania de demorar para produzir inviável, elevando os seus níveis de estresse.
Inferioridade
Pessoas que se sentem inferiores às outras podem sentir que precisam provar o seu valor o tempo todo. Por isso, aceitam realizar diversos projetos e ajudar dezenas de pessoas para se sentirem úteis, desejadas e valorizadas. O problema é que essas sensações são passageiras.
Assim que essas pessoas começam a encher as suas mentes com pensamentos negativos, a necessidade de provar o valor retorna. Dessa maneira, essas pessoas adentram um ciclo vicioso de inferioridade, produtividade tóxica e períodos breves de satisfação.
Pressões externas
Pressões da sociedade, do chefe, dos pais, do cônjuge e dos amigos podem levar às pessoas a acreditarem que precisam estar sempre produzindo. Quando essa pressão vem de berço, é ainda mais difícil se desvencilhar dessa crença.
A pessoa excessivamente produtiva acaba associando o seu senso de identidade e valor ao quanto ela consegue produzir. Logo, ser produtiva se torna o seu traço mais marcante e, quando não satisfaz essa necessidade, acredita que tem algo errado consigo.
Até onde é saudável desejar produzir cada vez mais?
O desejo de ser produtivo é comum e não há nada de errado em se programar e se esforçar para produzir o máximo possível durante o dia. O problema é quando esse desejo se torna o objetivo principal de uma pessoa, passando a gerenciar a sua vida.
Quem sente a necessidade de estar sempre produzindo, normalmente vive dominado por um senso de urgência. O estresse é uma constante, uma vez que estão sempre pensando nas próximas tarefas a serem concluídas. A atenção pode escapar do momento presente, fazendo com que esses indivíduos tenham dificuldade para aproveitar o que está acontecendo no agora.
Além disso, os sintomas do estresse crônico podem começar a florescer, como a dificuldade para dormir, as alergias de pele, a ansiedade constante, o desconforto estomacal e a tensão muscular incessante.
Com isso, indivíduos excessivamente produtivos podem perceber erros, atrasos e uma diminuição na qualidade das suas produções. A partir daí, surgem a culpa e a frustração por não conseguirem entregar o seu melhor.
Esse cenário é natural nesta situação. Quando não estamos com a saúde mental e física em dia, temos dificuldade para dar o nosso melhor no trabalho, nos relacionamentos e na vida pessoal.
Outro sinal de que o desejo de produzir cada vez mais está se tornando prejudicial para a saúde mental é a negligência das suas necessidades emocionais e físicas. Para focar apenas em produzir, o autocuidado fica em segundo plano, corroborando para a deterioração da saúde mental.
Dicas para produzir de modo saudável
Se você sofre com o desejo de produzir cada vez mais, saiba que pode desenvolver hábitos mais saudáveis e tornar a sua jornada de produção menos estressante. Pensando nisso, separamos dicas para produzir de modo saudável abaixo.
1. Avalie as suas prioridades
Se o seu bem-estar emocional não está no topo das suas prioridades, está na hora de repensar o que é importante para você. Embora o trabalho e os projetos pessoais sejam importantes, eles não devem dominá-lo.
É preciso encontrar o equilíbrio entre as responsabilidades e o lazer. O excesso de qualquer um desses elementos traz problemas para as nossas vidas. Então, faça uma breve avaliação das suas prioridades e, ao identificar os pontos falhos, trace um novo plano colocando-se como a prioridade número um da sua vida.
2. Tenha um bom planejamento
Para conseguir equilibrar a sua vida pessoal e profissional, assim como os seus projetos de vida e obrigações, é preciso construir um bom planejamento de vida. Isso quer dizer incluir tudo o que é importante para você, não apenas as suas responsabilidades.
Períodos de descanso e lazer também devem ser incluídos, visto que são muito importantes. O nosso corpo e mente precisam descansar. Caso contrário, podem facilmente chegar ao esgotamento ou sucumbir a patologias. Quando isso acontece, pessoas excessivamente produtivas se frustram por não conseguirem fazer o que mais desejam: produzir.
3. Pratique o autocuidado
O autocuidado engloba todas as esferas das nossas vidas. Apesar de não ser possível fazer com que todas estejam equilibradas ao mesmo tempo, dado que a vida é composta de períodos bons e ruins, podemos trabalhar para mantê-las em um nível adequado. Isto é, cuidar das nossas necessidades a ponto de conseguirmos desfrutar de bem-estar no cotidiano.
Pergunte a si mesmo: você tem cuidado de você? Tem se permitido relaxar, encontrar amigos, realizar sonhos, comer com tranquilidade e se exercitar? Caso não esteja fazendo isso, comece a adicionar hábitos saudáveis à sua rotina diária.
4. Faça terapia
A terapia pode ajudá-lo a compreender de onde vem o desejo de produzir cada vez mais e a gerenciar o seu tempo produtivo de maneira mais saudável. Como dito, razões emocionais podem estar empurrando-o a manter o foco da sua vida somente no quanto você é produtivo.
A sua autoestima, por exemplo, pode estar atrelada ao sucesso que vem com a produtividade, levando-o a desrespeitar os seus limites. A terapia pode ajudá-lo a eliminar crenças negativas atreladas à necessidade de produzir e a ter uma vida mais equilibrada.
5. Relaxe
Pode parecer que você está participando de uma corrida contra o tempo e o restante do mundo, principalmente com quem tem objetivos semelhantes ao seu. Será que existe espaço para todo mundo? A verdade é que sim, existe! Você não precisa se desgastar pelo medo de ficar para trás. Aprenda a relaxar e apreciar o momento da sua vida no qual você se encontra. Com o relaxamento, a sua produtividade também aumentará.
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*Os textos do site são informativos e não substituem atendimentos realizados por profissionais.
Autora: psicóloga Thaiana F. Brotto – CRP 106524/06 Formação: Thaiana Filla Brotto é psicóloga registrada no Conselho Regional de Psicologia sob o número 06/106524. Thaiana se formou em Psicologia pela PUC-PR em 2008, fez pós-graduação em Terapia Comportamental pela USP e é pós-graduanda em Neurociência pela PUC. Thaiana já escreveu mais de 400 artigos para o Blog Psicólogo e Terapia.