O diabetes é uma síndrome metabólica, causada por diferentes fatores, que faz com que o organismo desenvolva defeitos na ação ou produção da insulina.
A doença é caracterizada pela hiperglicemia crônica, que é o aumento dos níveis de açúcar no sangue e se desenvolve por meio de fatores genéticos, biológicos e ambientais. O agravo pode ser classificado como diabetes tipo 1 ou tipo 2.
Cerca de 12,3 milhões de pessoas convivem com o diabetes no Brasil, de acordo com estimativas do Ministério da Saúde. A adoção de uma vida saudável e a prática regular de atividades físicas são as principais medidas que previnem e controlam o diabetes mellitus.
Entenda o que é o diabetes, quais os sintomas da doença, os principais fatores de risco, como é feito o diagnóstico e os cuidados necessários para evitar complicações.
Qual a diferença entre o diabetes tipo 1 e tipo 2?
No diabetes tipo 1, o organismo perde sua capacidade de metabolizar a glicose (açúcar). O diagnóstico é precoce e normalmente acomete crianças e adolescentes. Além disso, o fator hereditário, que é quando há histórico familiar, pode contribuir também.
Já o diabetes tipo 2 se caracteriza pela resistência da insulina, se apresenta de maneira gradativa e é mais comum em adultos com hábitos inadequados que resultam no excesso de peso, dislipidemia (gorduras no sangue) e hipertensão. Esse tipo de diabetes não é comum em crianças.
Quais os sintomas no diabetes tipo 1?
Os sintomas mais frequentes nesse tipo de diabetes são:
- aumento da fome
- sede constante
- necessidade de urinar várias vezes
- fraqueza
- fadiga
- perda de peso inexplicável
- náusea
- vômito
Quais os sintomas no diabetes tipo 2?
No diabetes tipo 2, as manifestações podem incluir: fome frequente, sede constante e vontade de urinar diversas vezes. Nos casos mais avançados, com complicações, pode ocorrer formigamento nos pés e mãos, infecções frequentes na bexiga, rins, infecções de pele, feridas que demoram para cicatrizar e visão embaçada.
Quais os fatores de risco do diabetes?
Além dos fatores genéticos e a ausência de hábitos saudáveis, existem outros fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento do diabetes.
- Pressão alta
- Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue
- Sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura
- Pais, irmãos ou parentes em primeiro grau com diabetes
- Doenças renais crônicas
- Histórico de doenças cardiovasculares
- Tabagismo
- Mulher que deu à luz criança com mais de 4kg
- Diabetes gestacional
- Síndrome de ovários policísticos;
- Diagnóstico de distúrbios psiquiátricos, como esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar
- Apneia do sono
- Uso de medicamentos da classe dos glicocorticóides
Qual a diferença entre o pré-diabetes e o diabetes?
O pré-diabetes é o estágio que precede o diabetes tipo 2. A diferença entre eles é a glicemia. O estado de normalidade da glicemia em jejum é de 70 mg/dl a 100 mg/l.
Com níveis de glicemia em jejum, entre 100 e 125 mg/dl, essa pessoa é classificada como pré-diabética, ou seja, seus níveis glicêmicos estão acima do normal, mas ainda abaixo dos valores de diagnósticos DM. Já níveis a partir de 126 mg/dl caracterizam um diagnóstico de diabetes.
Como o diabetes é diagnosticado?
Tanto o diabetes do tipo 1 como o tipo 2 podem ser diagnosticados por meio de exames de sangue.
Quais as complicações do diabetes?
O paciente com diabetes precisa fazer o controle da doença para evitar complicações em outros órgãos, como o cérebro, causando acidente vascular cerebral; olhos (retinopatia diabética), causando cegueira; coração, causando ataque cardíaco; rins (nefropatia diabética), causando doença renal crônica; nervos (neuropatia diabética), causando diminuição da sensibilidade nos pés e ouvidos causando a perda da audição.
O diabetes tem cura?
Não. Mas é possível fazer o controle da doença, tanto no tipo 1 quanto no tipo 2, e a pessoa precisará de um tratamento permanente para manter os níveis de açúcar adequados no sangue.
Quais as formas de prevenir?
Segundo os especialistas, a melhor forma de prevenir o diabetes e diversas outras doenças é a prática de hábitos saudáveis, como comer diariamente verduras, legumes e pelo menos três porções de frutas.
Reduzir o consumo de sal, açúcar e gordura, parar de fumar, praticar exercícios físicos regularmente, (pelo menos 30 minutos todos os dias) e manter o peso controlado.
Tratamento
O tratamento do diabetes pode ser realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Especialistas das unidades básicas de saúde (UBS) realizam o rastreamento e a identificação precoce.
O acompanhamento pode ser feito a partir de consulta médica multiprofissional, atendimento domiciliar, avaliação e cuidados com os pés. Além de ações de educação em saúde, prevenção e manejo das complicações crônicas do diabetes.
O SUS disponibiliza práticas integrativas e complementares em saúde (PICS) que podem ser oferecidas adicionalmente. Para os pacientes com condições que necessitem de acompanhamento especial, poderá ser encaminhado à Atenção Especializada e, posteriormente, deverá ter o cuidado continuado nas UBSs.
A pessoa com diabetes tem acesso a medicamentos fornecidos para o tratamento, que incluem insulinas e antidiabéticos orais. De acordo com o Ministério da Saúde, o fluxo de distribuição e a seleção desses medicamentos é de responsabilidade dos municípios, no âmbito da APS e demais pontos da rede de saúde.
Os antidiabéticos orais podem ser adquiridos nas UBS, farmácias municipais, farmácias populares ou via componente especializado de assistência farmacêutica, a depender do medicamento. Atualmente, são oferecidos cloridrato de metformina, glibenclamida, gliclazida e dapagliflozina.
Fontes: Karla Melo, doutora em endocrinologia, médica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Departamento de Saúde Pública da Sociedade Brasileira de Diabetes, e especialistas da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) do Ministério da Saúde.
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