Talvez você já tenha ouvido falar sobre Economia Donut, mas sabe o que é? Trata-se de um conceito que estabelece uma relação entre a qualidade de vida e os limites do nosso planeta. A ideia é que o orifício da rosquinha representa aquilo de que precisamos para a qualidade de vida. As bordas, por sua vez, são os limites.
Continue lendo, pois neste artigo iremos explicar do que se trata esse conceito. Assim, você poderá entender como funciona a ideia que faz um paralelo entre um donut e a economia.
Afinal, o que é Economia Donut?
O conceito de Economia Donut foi desenvolvido por uma economista chamada Kate Raworth, na Universidade de Oxford. Ela apresentou o conceito em um livro intitulado “Doughnut Economics: 7 ways to think like a 21st Century Economist” (Economia Donut: Sete maneiras de pensar como um economista do século 21).
Nesse trabalho, Raworth buscou abranger os limites do planeta para criar um novo modelo de desenvolvimento. Algo que chamou a atenção de quem entrou em contato com esse modelo, foi o fato de a economista ter escolhido um donut como imagem ilustrativa.
Como mencionamos acima, o orifício do donut representa as necessidades para a qualidade da vida e as suas bordas os limites.
Princípios da Economia Donut
A ideia da economista ao usar um donut como imagem para seu conceito foi relacionar a estrutura do seu pensamento com o visual de uma rosquinha. O orifício central representa os aspectos sociais que estão associados com a manutenção da qualidade de vida. Em outras palavras, representam as insuficiências que precisam ser resolvidas. Podemos citar como exemplos: renda, água e energia.
A borda da rosquinha, dentro dessa metáfora, representa os limites do planeta. Então, a economia donut consiste em uma estrutura visual referente ao desenvolvimento sustentável. Em linhas gerais, a proposta desse modelo é a reformulação dos problemas econômicos e determinação de novas metas.
Objetivos e limites do conceito
Para que a economia seja considerada próspera nesse modelo, é necessário que todas as bases sociais sejam atendidas. O atendimento das necessidades não pode ultrapassar nenhum limite ecológico. Os aspectos sociais do modelo foram inspirados nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS). Entre eles estão:
- Educação;
- Saúde;
- Paz e justiça;
- Renda e trabalho;
- Vida em sociedade;
- Voz política;
- Segurança alimentar;
- Habitação;
- Igualdade social;
- Igualdade de gênero;
- Energia;
- Água.
Na categoria de limites planetários da economia donut, podemos citar:
- Mudanças climáticas;
- Excesso de uso de água doce;
- Conversão de terras;
- Perda de biodiversidade;
- Poluição química;
- Poluição por nitrogênio e fósforo;
- Acidificação dos oceanos;
- Poluição do ar;
- Destruição da camada de ozônio.
Economia Donut: uso do modelo
Basicamente, o modelo donut é um conjunto de objetivos que devem ser seguidos através de diversas ações de atores distintos. A economia donut não possui modelos específicos de mercados e de comportamento. É importante citar que antes do seu desenvolvimento houve a formulação de outros conceitos.
Os modelos neoclássicos foram os mais propagados no século XX. Um bom exemplo é o fluxo circular que foi publicado em 1944, por Paul Samuelson. Em 1982, foi a vez de William Sevons publicar a respeito das curvas de oferta e demanda. Esses modelos têm como foco os fluxos de dinheiro. Não podemos pensar apenas no dinheiro quando nos damos conta de que o planeta é o nosso lar.
Contudo, tais modelos ignoram questões fundamentais, como a cultura, a sociedade, a mente humana e o ambiente natural em que estão inseridos. Os modelos citados e outros similares foram viáveis durante algum tempo. Porém, o homem acabou sobrecarregando os sistemas do planeta. Conforme isso aconteceu, foi se tornando mais complexa a sobrevivência das gerações futuras.
O que a Economia Donut defende?
O ponto central da Economia Donut está no fato de que a humanidade tem como grande desafio atender às suas necessidades sem esgotar as possibilidades do planeta. Basicamente, isso significa que é importante todos terem acesso aos itens fundamentais para viver, mas sem que isso gere pressão sobre os sistemas do planeta.
Esse modelo suscita o ato de repensar o modelo de desenvolvimento socioeconômico que estamos estabelecendo para nós. É fundamental repensá-lo porque não está mais superando os desafios contemporâneos. Tornou-se urgente buscar um sistema mais sustentável para que possamos preservar os recursos do planeta.
A qualidade de vida se torna a grande prioridade nesse modelo econômico, mas sem se esquecer da preservação dos limites do planeta. O buraco no centro da rosquinha representa o alicerce social, isto é, os 12 itens que precisam ser sanados, como água e renda. A borda é o limite do planeta, isto é, a limitação de recursos. Ultrapassar essa borda é ultrapassar a capacidade do planeta.
O espaço entre o buraco central e a borda é o ambiente justo e seguro, onde estaria uma economia próspera. A prosperidade se dá quando as bases sociais são atendidas sem que haja prejuízos para os limites do planeta. No contexto em que vivemos atualmente, é imprescindível adotar um modelo focado na sustentabilidade, pois, caso contrário, não haverá muito para as próximas gerações.
Desenvolvimento sustentável
O ponto chave da Economia Donut é a necessidade de um desenvolvimento sustentável. Isso significa manter o ritmo de crescimento, mas sem que isso custe os recursos do nosso planeta. O encontro entre o atendimento das necessidades e os recursos é essencial para chegar a um ritmo em que as próximas gerações ainda tenham um planeta para viver.
A observação das questões ambientais é de extrema relevância para que empresas estabeleçam uma forma de trabalho em que não prejudiquem o meio ambiente. O modelo de Economia Donut acompanha as questões mais latentes da atualidade. São pontos que não podem ser ignorados em um contexto em que o aquecimento global já se mostra uma realidade. O crescimento não pode ser ilimitado e a qualquer custo.
Gostou de saber mais sobre a Economia Donut? Você já conhecia esse conceito? Comente abaixo e compartilhe em suas redes sociais para levar o conhecimento adiante!
Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC – Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.
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