Uma data de extrema importância na história da população negra, o dia 20 de novembro, tornou-se um marco histórico sobre a luta por sua liberdade no Brasil e de reflexão com relação a questões sociais existentes até o dia de hoje.
Se você não conhece muito bem essa história ou até mesmo não entende o porquê dessa data, vamos te contar um pouco sobre tudo isso.
A história dos negros no Brasil, como você já deve imaginar, teve início na época do Brasil Colônia, com todo o processo de escravatura, em que se pode dizer, que acabou desencadeando a discriminação racial no país.
Te interessa?
A partir dessa época a luta dos negros por sua liberdade de expressão e até mesmo pela aceitação perante a sociedade, teve início. E durante anos de luta, com apoio de grandes personalidades, Zumbi dos Palmares, teve destaque perante todos.
Como surgiu o Dia da Consciência Negra?
Um grande nome que, de fato, representou a força da população negra no Brasil, liderou o Quilombo dos Palmares na região que hoje é o estado de Alagoas, e hoje, é conhecido como herói na luta pela consciência negra.
Não se sabe muito sobre a sua história em si, mas a sua liderança nos movimentos que visavam a liberdade dos negros e todo o seu apoio, fizeram do dia da sua morte, o marco de conscientização que é conhecido hoje.
20 de novembro, Dia da Consciência Negra
Isso mesmo, o dia 20 de novembro foi escolhido porque, nesse dia, no ano de 1695, Zumbi dos Palmares teria morrido após fugir do quilombo e entrar em combate.
Então no dia 10 de novembro de 2011, foi estabelecida a Lei n.º 12.519 que instituiu o dia 20 de novembro como o Dia Nacional da Consciência Negra. Um dia que representa a união da comunidade negra em defesa de seus valores e de sua cultura.
Um dia que faz lembrar sobre as questões sociais, como a discriminação racial, por exemplo, enfrentadas até hoje, e que promove ainda mais a reflexão sobre todos esses séculos de história e de luta sobre povo negro.
Desigualdade racial vivida até os dias de hoje
E por falar em questões sociais vividas todos os dias pelo povo brasileiro, temos que te falar, caso você não saiba, que há nos, o racismo está em primeiro lugar.
Um problema social presente há tantos séculos e que está tão enraizado na população, que as vezes passa despercebido e é feito de forma automática.
O racismo é vivenciado em todas as esferas e níveis da sociedade, esferas econômicas, políticas, níveis mais altos e mais baixos da sociedade.
Esse problema estrutural está diretamente ligado a desigualdade racial e social. Para você entender um pouco mais sobre a seriedade desse caso, vamos te mostrar alguns números com relação à população brasileira.
Números que chocam
Há dois anos uma pesquisa foi lançada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, e mostrou que 56% da população brasileira, representada por pretos e pardos, têm os piores indicadores de renda, moradia, escolaridade e serviços.
Estamos diante de uma situação em que mais da metade da população do Brasil vive em situações precárias e o único motivo disso é a cor da pele.
Além disso, os dados mostram que taxas de homicídios são bem maiores na população negra quando comparado com a população não negra. Só em 2018, último ano que esse estudo foi lançado, 68% das mulheres mortas eram negras.
Outra situação que podemos observar, está na esfera política do país.
Após as eleições de 2018, foi realizado um levantamento dos dados, e mostrou que somente 4% dos políticos eleitos para o Legislativo eram negros.
A pesquisa indicou que, somente 65 dos 1626 eleitos são negros, entre todos os cargos que foram eleitos naquele ano, como deputados distritais, estaduais, federais e senadores.
Uma luta que precisa acabar
Não só na esfera social e política estão esses preconceitos, a cultura religiosa dos negros africanos também sofreu e ainda sobre bastante preconceito até os dias de hoje.
A religiões conhecidas como Umbanda e Candomblé são perseguidas desde a década de 30 e já foram até proibidas de serem praticadas em território brasileiro.
Apesar de se dizer hoje, que o Brasil é um país que não sofre intolerância religiosa e que todas as religiões são muito bem aceita por todos, nós sabemos que não é bem assim que acontece.
Qual a importância do Dia da Consciência Negra?
Não só os números, mas tudo o que é vivido no dia-a-dia, mostra que o racismo ainda está muito presente mesmo depois de séculos.
E o Dia da Consciência Negra, vem para propor uma reflexão. Uma reflexão sobre enxergar esses problemas sociais e tornar mais frequente a discussão com relação a isso.
É uma data que remete à luta contra a discriminação racial, que ressalva a importância da valorização da cultura negra e toda a representatividade dos negros diante da nossa sociedade.
Mas vale lembrar que refletir sobre essas questões, não se resume apenas ao dia 20 de novembro. É algo que deve ser feito todos os dias.
Por um fim a um problema social que perdura anos na sociedade parece algo muito difícil de acontecer, mas não é impossível. Assim como faz anos que essa discriminação faz parte do nosso dia-a-dia, a luta contra ela também está presente.
Assunto que precisa ser falado
Nesta data de muita representação social, escolas, centros educacionais e até mesmo faculdades, fornecem palestras e eventos que proporcionam o entendimento mais aprofundado sobre o assunto e diálogos entre as pessoas para esclarecer dúvidas, e claro, proporcionar a conscientização.
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É um trabalho diário de anos que requer persistência, que conta com a ajuda de todos que valorizam a cultura negra, a sua história, toda a sua representatividade em nossa sociedade, e buscam um fim ao preconceito sofrido até hoje.
A importância dessa data só confirma o que se passa em nossa sociedade. Defender toda a história e cultura do Brasil significa lutar por tudo o que elas representam e por todos que fazem parte dela.
Toda a contribuição do povo afro-brasileiro fez do país sinônimo de alegria, cultura forte e miscigenação social que é referência ao redor do mundo todo. Cabe a cada um de nós, cidadãos, defender e lutar por ela.
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