A imaginação ativa é um método de interação com o inconsciente que foi reformulado pelo psicoterapeuta Carl Gustav Jung. Este conceito se baseia no trabalho de pensamentos, atitudes e emoções por meio da interação ativa com os diversos personagens que podem ser encontrados nos sonhos individuais.
Por meio da imaginação, o indivíduo é instigado a questionar e tomar medidas em relação ao que é retratado. No artigo a seguir iremos explicar o que é a imaginação ativa e como ela funciona. Boa leitura!
O que é imaginação ativa?
Antes de chegar ao termo imaginação ativa, Jung usou outros nomes, como exercício de introspecção, técnica de diferenciação, função transcendente e fantasia ativa. O psiquiatra empregou esse método como uma forma de extravasar as fantasias das mentes dos seus pacientes. A ideia era exercitar a criatividade e demonstrá-la através da dança, pintura, escultura e poesia.
Segundo Jung, esse tipo de imaginação é o jeito mais eficiente de promover um encontro com a psique e tudo aquilo que ela retrata. Para o especialista, a imaginação ativa é uma forma particular de lidar com o inconsciente, que pode ser dividida em quatro fases:
- Libertar-se do fluxo de pensamento do ego;
- Deixar que uma imagem de fantasia do inconsciente flua para o campo da percepção interior;
- Conferir uma forma à imagem, relatando-a por escrito, pintando-a, esculpindo-a, escrevendo-a como uma música ou dançando-a;
- Confrontar-se moralmente com o material produzido/imaginado.
Para compreender quem nós somos, é bastante válido que seja feita essa relação entre o que está acima e abaixo da superfície humana. Trata-se de uma forma de investigar aquilo que sentimos com maior propriedade.
Nos permite entender de que maneira nossa mente processa e projeta essas informações. Vale pontuar que Jung fazia análises e interpretações dos seus próprios desenhos e obras como uma forma de ampliar seus horizontes de conhecimento.
As 4 fases da imaginação ativa
A imaginação ativa é um método bastante poderoso de terapia que nos permite desvendar os mistérios presentes em nossa mente. Esses mistérios são investigados e trazidos à tona através de um processo de autoconhecimento e autocura.
Por esse motivo, é fundamental compreendê-lo mais profundamente e como é o seu funcionamento. Confira a seguir mais detalhes sobre como uma das quatro fases da imaginação ativa.
1. Libertar-se do fluxo de pensamento do ego
O ego é o centro de toda consciência humana e um tipo de gerenciador da realidade, das ideias e dos sentimentos. Dessa forma o ego pode ser bastante influenciador nos resultados. Libertar-se do fluxo de pensamento do ego é uma tarefa mais fácil de ser executada com o uso da pintura e de atividade com areia.
Técnicas de meditação oriental, exercícios de ioga e meditação taoísta podem ajudar, fazendo com que o indivíduo elimine os pensamentos do ego e as demais fantasias do inconsciente.
2. Deixar a imagem de fantasia fluir para a percepção interior
Nesta fase, é preciso deixar que uma imagem de fantasia proveniente do inconsciente flua para o campo da percepção interior. Diferentemente da fase anterior, esta etapa consiste na hospedagem da imagem ao invés de expulsá-la ou eliminá-la.
Nessa fase, é fundamental se atentar para não se concentrar nem demais e nem de menos nas imagens. O equilíbrio de atenção é o que permite compreender essas imagens mais amplamente.
3. Conferir uma forma à imagem
Essa é a fase que confere forma às imagens. Essa forma pode ser relatada por escrito, sendo pintada em uma tela, esculpida, transformada em música ou em movimentos da dança. Através dessas expressões é possível compreender como a mente manifesta sentimentos e emoções por meio de gestos executados.
4. Confrontar-se moralmente com o material produzido/imaginado
Esta é a fase decisiva, quando acontece a confrontação moral com o material que foi produzido. Jung considerava esse como o ponto alto da terapia, uma vez que era nessa fase que se buscava fazer um paralelo entre os artefatos criados pela mente e expressados através das obras.
O psiquiatra ressaltava como era importante que as pessoas se apresentassem de forma verdadeira ao inconsciente. Somente assim, sem máscaras, era possível fazer uma leitura real do que estava sendo construído.
Imaginação ativa: objetivo e estágios
O foco da técnica da imaginação ativa é dar voz aos diferentes lados da personalidade, especialmente o anima, animus e sombra. Em grande parte do tempo esses lados não são devidamente ouvidos.
Mesmo nos casos em que não há a interpretação dos produtos finais (desenho, dança, música entre outros), acontece algo entre criador e criatura. Esse algo gera uma transformação na consciência. Entenda melhor os estágios abaixo.
Primeiro estágio
No primeiro estágio do processo de imaginação ativa, a pessoa se sente sonhando de olhos abertos. Essa sensação pode ser espontânea ou induzida artificialmente. O indivíduo escolhe um sonho ou outra imagem de fantasia, e é necessário se concentrar na imagem e olhá-la com foco.
Até mesmo algo que gera mau humor na pessoa pode ser usado como ponto de partida. Em seguida, as pessoas tentam descobrir que tipo de imagem de fantasia ou humor está sendo gerada. Ao fixar a imagem é possível perceber que ela irá se alterar, pois a sua simples contemplação o anima. O consciente e o inconsciente passam então a ficar unidos.
Segundo estágio
Nesse estágio, além de observar as imagens, há uma participação ativa e consciente nelas. É a etapa em que ocorre uma interpretação honesta delas, um entendimento do que elas significam sobre si e o seu compromisso moral. Esse é o momento em que está marcada a transição da atitude meramente perceptiva para um julgamento efetivamente.
Para assumir a atitude de julgamento é essencial ter um envolvimento voluntário nos processos de fantasia que compensam os indivíduos. Esse envolvimento tem o propósito de juntar as afirmações do consciente e do inconsciente. Também permite assimilar o conteúdo compensatório.
A dica de Jung para seus pacientes que tivessem dificuldade de interpretar as imagens era a de agir como se estivessem diante de uma situação normal. Trata-se de um diálogo interno que nos permite compreender mais efetivamente quem somos.
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Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC – Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.
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