Vivemos em uma sociedade que ainda valoriza muito pessoas que se posicionam como fortes e duronas o tempo todo. Como se demonstrar vulnerabilidade em alguns momentos fosse sinônimo de fraqueza.
De fato, no dicionário encontraremos definições parecidas com essa para o termo:
“Algo ou alguém que está suscetível a ser ferido, ofendido ou tocado. Aquilo que pode ser destruído, derrotado, frágil.”
Realmente, não há como negar que o significado de vulnerável está associado à fraqueza e suscetibilidade para ser ferido ou derrotado. No entanto, o erro que cometemos é traduzirmos exatamente isso ao pé da letra.
Então quer dizer que a pessoa vulnerável é fraca, frágil e facilmente destruída? Pelo contrário. A pessoa que tem a coragem de se demonstrar vulnerável é mais forte do que muitos que posam de fortões por aí.
Vulnerabilidade não é fraqueza, é coragem
Brené Brown é uma cientista social da Universidade de Houston, nos Estados Unidos. Ganhou visibilidade mundialmente com o seu TED sobre “O Poder da Vulnerabilidade”.
Nesse TED, a pesquisadora explora como é impossível alcançarmos os nossos objetivos se não aceitarmos quem somos, os nossos erros, inseguranças e dúvidas.
Ela desconstrói a palavra vulnerabilidade, deixando claro que as pessoas que têm coragem, na verdade, são aquelas que não têm medo de se demonstrarem vulneráveis.
É quando você se mostra imperfeito para o mundo que se torna alguém forte. Até porque é muito mais difícil assumir as suas dificuldades e fragilidades do que posar de perfeito o tempo todo.
“A vulnerabilidade soa como verdade e sente-se como coragem. Verdade e coragem não são sempre confortáveis, mas elas nunca são fraqueza.”
– Brené Brown
Ser vulnerável te permite viver mais e melhor
Ao permitirmos que a vulnerabilidade ganhe espaço em nossas vidas, consequentemente estamos vivendo mais intensamente diferentes experiências.
As incertezas e medos que enfrentamos geram certo desconforto. Assim, é muito mais fácil não se posicionar de forma vulnerável, não é mesmo?
Vamos a um exemplo prático. Quando amamos alguém e nos declaramos para aquela pessoa, estamos nos colocando em uma posição de vulnerabilidade, certo? Isso porque o outro pode não retribuir esse amor. Temos medo de parecermos fracos e frágeis demais ao dizermos tudo o que sentimos para a pessoa amada.
No entanto, se não colocarmos os nossos sentimentos para fora, deixaremos de viver. Deixaremos passar a oportunidade de experimentar um romance que poderia mudar as nossas vidas. Tudo isso por conta do medo de se colocar em uma posição vulnerável.
Pare e pense: quantas outras situações do seu dia a dia são evitadas por esse mesmo motivo? Quando estamos vulneráveis, damos a chance para o amor, a alegria e muitos outros sentimentos nascerem. Damos a chance para a vida ganhar mais vida.
Vulnerabilidade X Exposição Emocional
É muito difícil enfrentar a exposição emocional. Se recuarmos, ao mesmo tempo em que dizemos não para decepções, fraquezas, fracassos e críticas, também estamos fechando a porta das conquistas, amor e realizações.
O caminho para a felicidade exige que se passe pelas dificuldades. Ou seja, não há como chegar lá em uma linha reta, sem nenhuma pedra no meio do trajeto.
Encarar os riscos, ter coragem de ser imperfeito e errar demandam uma exposição emocional que te faz se sentir vulnerável em vários momentos.
Seja fazendo uma apresentação para o cliente, tendo uma conversa honesta sobre o seu relacionamento com o parceiro ou recebendo um feedback negativo do seu chefe. Todas essas situações exigem uma exposição emocional e a demonstração da sua vulnerabilidade. Em troca, você conquista mais e alcança os seus objetivos. Coragem e vulnerabilidade andam juntas!
Como lidar com as pressões de uma sociedade racional
Vivemos em uma sociedade que valoriza uma imagem do que é ser “forte” e a razão acima do sentimento. Muitas pessoas, por exemplo, ainda educam os seus filhos a partir da ideia de que devem esconder as lágrimas para não parecerem fracos diante dos outros.
Desde pequenos, somos condicionados a acreditar que deixar o lado emocional aflorar demais pode ser prejudicial e fazer com que as pessoas nos enxerguem como alguém frágil.
Não é a toa que muitos homens ainda têm dificuldade em chorar por medo de serem julgados. Afinal, homem não chora, né? E as mulheres ficam receosas quando assumem cargos de liderança no mundo corporativo porque o tempo todo são testadas em relação à “tal fragilidade” e sofrem com o estereótipo de que não são fortes o suficiente para tais posições.
Não somos impenetráveis. Não possuímos escudos mágicos que nos tornam pessoas perfeitas e incapazes de sentir dor e sofrimento. Somos seres humanos. E os seres humanos convivem com inúmeras emoções.
Em uma sociedade que ainda tem muito que aprender sobre vulnerabilidade, as pessoas precisam estar dispostas a se exporem sem medo de julgamentos. É preciso coragem para ser quem você é e não quem os outros querem que você seja.
Os homens podem e devem chorar, isso não é nenhum sinal de fraqueza. E as mulheres podem e devem liderar sem medo dos estereótipos que as perseguem. A coragem de ser imperfeito é o primeiro passo para abrir as portas da vulnerabilidade em um contexto social que ainda não é capaz de aceitar a essência básica do ser humano.
Os perigos de não aceitar a vulnerabilidade
Visto que muitas pessoas ainda têm dificuldade de aceitarem a própria vulnerabilidade, pois a enxergam como algo negativo, é preciso ficar atento aos perigos desse tipo de comportamento.
Confira abaixo algumas das consequências de não compreender e aceitar a sua vulnerabilidade:
1. Quando você não aceita, enxerga e trabalha a sua vulnerabilidade, no momento em que situações de medo ou insegurança surgem, você não estará pronto para agir. Ficará paralisado ou fugirá daquela situação, não a encarando com maturidade e seriedade;
2. Ao não assumir a fragilidade que existe dentro de si mesmo, cria-se uma falsa armadura que será derrubada mais cedo ou mais tarde, ou seja, em algum momento você precisará ficar cara a cara com a realidade da condição humana. É como se uma máscara fosse criada ao longo dos anos, mas você não tem clareza de como ela é nociva e insustentável;
3. O medo de se expor e de se colocar em uma posição vulnerável o impedirá de viver muitas experiências ao longo da vida.
Como a terapia pode ajudar na aceitação da vulnerabilidade
A terapia pode ser uma ferramenta muito interessante para quem quer fazer um mergulho dentro da própria vulnerabilidade e entender como aceitá-la e trabalhá-la.
O profissional especializado, o terapeuta, será capaz de ajudar o paciente a aceitar as suas imperfeições e fragilidades, não enxergando isso sob uma ótica negativa e sim o fazendo entender que todo ser humano convive com isso.
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