Thaiana Brotto

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Você tem medo de conflitos?

Você tem medo de conflitos?

A maioria das pessoas tem medo de conflitos. É preferível tentar solucionar um desentendimento rapidamente sendo “legal” do que conversar ou discutir até que um consenso seja alcançado.

Ou, ainda, evitar a possibilidade de conflitos por completo, fazendo as vontades dos outros somente para manter uma atmosfera amigável. Neste processo, o indivíduo se anula e passa a ter dificuldade de compartilhar as suas opiniões e ideias até com entes queridos.

Além disso, por fugir de conflitos mesmo quando uma discussão é necessária, o indivíduo constantemente colabora para o próprio sofrimento. Ele aceita ficar em uma situação desfavorável ou injusta por não conseguir se expressar com assertividade e responder bem ao estresse oriundo dos conflitos.

De acordo com psicólogos, aprender a resolver conflitos de maneira saudável é essencial para ter relacionamentos melhores e cuidar da saúde mental.

De onde vem o medo de conflitos?

O medo de conflitos tem muitas causas e uma das mais comuns é a necessidade de agradar o outro a qualquer custo. Pessoas que cresceram sendo ensinadas a não desagradar os demais independentemente da situação costumam desenvolver um comportamento de extrema complacência.

Não conseguem dizer ‘não’, colocam as suas prioridades em segundo lugar e esperam que as suas vontades sejam negadas mesmo antes de compartilhá-las. Quando acreditam que desagradaram alguém, ficam ansiosas e alimentam pensamentos de culpa e inferioridade, como se merecessem ser punidas por agirem assim.

Essas pessoas preferem ser vistas como “boazinhas” no ambiente de trabalho, no círculo social e no relacionamento, ainda que isso signifique que os outros tirem vantagem delas.

Outras possíveis causas para o medo de conflito são experiências negativas. Uma pessoa que passou por uma situação em que um conflito causou danos irreparáveis pode ficar com medo desse cenário se repetir, por isso, evita conflitos a todo custo. É o caso de indivíduos que crescem vendo os pais brigarem. Para não reencontrarem uma situação semelhante no presente, eles fogem de conflitos.

Vivências de negligência e de opressão no ambiente familiar na infância e adolescência também podem resultar em comportamento esquivo na vida adulta.

Como o medo de conflito se manifesta?

Pessoas que possuem medo de conflito possuem um padrão de comportamento e de crenças semelhante. A necessidade de fugir dos sentimentos negativos resultantes de confrontos pode se manifestar das seguintes maneiras:

  • Medo de decepcionar os outros;
  • Negar que um problema existe;
  • Mudar de assunto ou encerrar conversas sérias;
  • Secretamente ressentir as pessoas;
  • Sensação de anestesia por frequentemente anular os seus sentimentos em favor do outro;
  • Dificuldade para se expressar com sinceridade;
  • Aceitar condições desfavoráveis para si;
  • Preocupação constante com a possibilidade de ter ofendido alguém;
  • Sempre dar razão ao outro, mesmo quando ele não tem;
  • Guardar frustração, raiva, rancor e outros sentimentos negativos dentro de si; e
  • Dificuldade para gerenciar o estresse provocado por interações sociais.

A importância dos ‘conflitos’

Embora sejam vistos sob uma luz negativa, os conflitos são importantes. Na verdade, quando se sabe lidar com opiniões e personalidades distintas, o conflito nem sequer chega a acontecer.

Desentendimentos, discussões, confrontos ou conflitos, seja qual for o termo utilizado, essas interações sociais que nascem de uma discordância têm um papel importante em nosso desenvolvimento pessoal. Apesar de nos deixarem estressados, irritados ou tristes, elas nos ajudam a aperfeiçoar as nossas habilidades sociais e emocionais.

Ao conseguir resolver um conflito com sucesso, aprendemos qual é a melhor maneira de conversar com as pessoas quando discordamos de suas opiniões ou atitudes. Essa competência emocional é indispensável, visto que cada indivíduo possui a sua própria visão de mundo e a divergência de opiniões é muito comum.

Do mesmo modo, aprendemos a gerenciar o estresse, a encontrar uma solução benéfica para todos os envolvidos, a separar o que é nosso e o que é do outro e a lidar com pessoas difíceis. Além disso, entramos em contato com outras realidades e experiências de vida, enriquecendo o nosso conhecimento sobre o mundo e as pessoas.

Todos os benefícios podem ser ofuscados pelas emoções e sentimentos negativos que despertam durante um conflito. Quando não se tem familiaridade com eles, é fácil ser dominado e se deixar levar, dificultando ainda mais a resolução do impasse.

Então, é importante dar uma chance aos conflitos para aprender a responder a eles de maneira saudável. Como dito, quando se sabe o que fazer para resolver um desentendimento, ele dificilmente evolui para brigas, gritaria, ofensas ou rompimento de laços afetivos. É importante ter em mente que você está no controle do conflito e não o contrário.

Como perder o medo de conflitos?

Resolver conflitos não significa encontrar culpados ou provar quem está certo em uma situação, mas, sim, comunicar quando você não está de acordo com alguma coisa e se defender perante injustiças.

Da mesma forma, discordar de alguém não quer dizer que você está procurando briga ou tentando ofender o outro. Novamente, você está somente compartilhando o que pensa.

Com isso em mente, você pode começar a trabalhar para perder o medo de conflitos e, consequentemente, estimular o seu desenvolvimento pessoal. Algumas maneiras de fazer isso são:

1.     Aceite que não é possível agradar todo mundo

Quando você se propõe a não desagradar as pessoas, passa a vida inteira se policiando para não dizer ou fazer nada que possa parecer ofensivo.

Essa hipervigilância é cansativa e ineficiente, uma vez que não há como saber o que o outro acha desagradável ou não logo de cara. Além disso, certas pessoas simplesmente não querem ser agradadas e encontram razões para desgostar dos outros, independente do que façam.

Aceite que é impossível agradar todo mundo. Cada indivíduo tem a sua própria opinião do que é aceitável ou não com base em suas vivências, criação, personalidade e valores. Mais importante (e realista) do que tentar agradar os outros é aprender a aceitar as diferenças, respondendo a opiniões contrárias com respeito e empatia.

2.     Ouça

Ouça o lado do outro. Grande parte dos conflitos se transforma em brigas porque ambas as partes não estão dispostas a ouvir o que o outro tem a dizer. Em um conflito, mesmo que um dos lados esteja claramente equivocado, é importante ouvir todos os envolvidos para compreender a situação.

Se a outra pessoa não estiver disposta a ouvir você, faça o esforço de ouvi-la para entender o seu ponto de vista e refletir sobre a situação. Assim, você conseguirá formar um argumento com um embasamento maior e, ainda, exercitar a empatia. Ter empatia não é o mesmo que isentar a pessoa da sua parcela de responsabilidade, mas, sim, entender o porquê de suas atitudes e palavras.

3.     Espere a poeira baixar

Se você fica muito agitado e ainda não consegue controlar o estresse ou ansiedade durante um conflito, dê a si mesmo um tempo para digerir a situação. Deste modo, você conseguirá se acalmar e pensar racionalmente sobre o ocorrido, levando em consideração tanto o seu ponto de vista quanto o do outro.

Algumas pessoas também preferem refletir sobre o problema antes de tentar resolvê-lo para conseguirem identificar e pensar sobre todos os aspectos envolvendo o impasse. Essa é uma técnica interessante para prevenir brigas e discussões acaloradas, principalmente se você sabe que tem dificuldade para controlar o seu temperamento.

4.     Não deixe passar muito tempo

Ao mesmo tempo, não deixe muito tempo passar. Muitas pessoas guardam mágoa de várias ocasiões desagradáveis e, de súbito, despejam todos os seus sentimentos no outro, trazendo problemas que já deveriam ter sido resolvidos. Assim, a outra pessoa pode nem se lembrar do que já passou ou se recusar a falar sobre problemas que, para ela, já foram resolvidos.

Tire apenas o tempo necessário para você se acalmar e pensar sobre o problema. Não deixe passar dias ou semanas para resolver o conflito, pois eles podem se transformar em meses ou anos. Quando isso acontece, a resolução fica ainda mais complicada.

5.     Faça sugestões

Ouça o lado do outro e, com as suas próprias preocupações em mente, faça sugestões de como resolver a situação. Ter uma postura proativa é mais interessante do que procurar culpados e fazer acusações.

Pode ser que a outra pessoa não queira pensar em resolver o problema naquele momento, somente externalizar a raiva. Então, aguarde um momento oportuno para compartilhar as suas opiniões.

Não se apegue ao rancor ou raiva. Esses sentimentos podem fazer com que você prolongue a discussão para alimentar o ego. Mantenha o foco em resolver a situação e seguir adiante, deixando o passado para trás.

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*Os textos do site são informativos e não substituem atendimentos realizados por profissionais.

Thaiana Brotto

Autora: psicóloga Thaiana F. Brotto – CRP 106524/06 Formação: Thaiana Filla Brotto é psicóloga registrada no Conselho Regional de Psicologia sob o número 06/106524. Thaiana se formou em Psicologia pela PUC-PR em 2008, fez pós-graduação em Terapia Comportamental pela USP e é pós-graduanda em Neurociência pela PUC. Thaiana já escreveu mais de 400 artigos para o Blog Psicólogo e Terapia.

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