o que tem a ver com a saúde mental?

Thaiana Brotto

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Problemas de memória: o que tem a ver com a saúde mental?

Problemas de memória: o que tem a ver com a saúde mental?

Você provavelmente já demorou para lembrar de algo, como o nome de alguém ou o que foi dito durante uma conversa, certo? Esses pequenos lapsos de memória são comuns no dia a dia. Mas o que os problemas de memória têm a ver com a saúde mental?

Então, vivemos em um ambiente mais acelerado e repleto de estímulos das redes sociais, aplicativos de conversa, TV, plataformas de streaming, entre outras fontes.

Com tanta coisa para prestar atenção, é normal não conseguirmos acompanhar tantos estímulos e esquecermos de uma coisa ou outra. Além disso, segundo psicólogos, a cabeça fica cansada mais rapidamente devido à quantidade de estímulos recebidos.

Portanto, os problemas de memória são somente considerados preocupantes quando o esquecimento se torna uma constante no cotidiano, passando a afetar a performance das pessoas no trabalho, estudos, relacionamentos, afazeres domésticos e outras esferas das suas vidas.

O que são problemas de memória?

Problemas de memória são qualquer interferência capaz de afetar o funcionamento regular do cérebro no que diz respeito à recordação de informações.

Em casos de pessoas acima de 60 anos, esses problemas despertam a preocupação da família em relação à doença de Alzheimer. Então, as dúvidas devem ser investigadas junto ao médico para descartar a possibilidade do diagnóstico ou identificar a necessidade de acompanhamento médico.

Entretanto, o declínio da memória até certo ponto é normal com o avanço da idade. Lembrar-se de pequenas coisas, como o nome de um programa de TV ou de alguém recém conhecido, demora mais conforme as pessoas envelhecem.

Já no caso das pessoas mais jovens, inclusive de adolescentes e jovens adultos, os problemas de memória podem estar ligados à saúde mental.

A memória de curto prazo diz respeito às informações que as pessoas precisam no dia a dia, como, por exemplo, os itens de uma lista de supermercados ou as obrigações do cotidiano profissional. Normalmente, são essas memórias que são comprometidas quando se desenvolve uma condição de saúde mental.

Por isso, confira alguns sinais comuns de perda de memória abaixo:

  • Dificuldade para gravar novas informações;
  • Dificuldade para se lembrar de informações antigas;
  • Esquecimento de detalhes de acontecimentos;
  • Distração ao executar afazeres diários;
  • Dificuldade para prestar atenção em conversas ou leituras; e
  • Esquecimento de palavras durante conversas.

O que problemas de memórias tem a ver com saúde mental?

Os problemas de memória estão presentes em algumas condições de saúde mental. Confira as principais abaixo.

Ansiedade

Pessoas ansiosas têm dificuldade para se concentrar em tarefas e conversas no dia a dia. Isso se deve aos pensamentos acelerados, que causam preocupação com o futuro e ansiedade constante. Assim, elas podem se perder em conversas ou se distrair enquanto fazem alguma coisa. Depois, têm dificuldade para lembrar o que aconteceu ou o que foi dito, além de confundir ou se esquecer de datas importantes com maior frequência.

Depressão

A depressão também causa problemas de memória. Pessoas depressivas percebem uma mudança progressiva na sua capacidade de reter informações e de se concentrar, mas não sabem que estão relacionadas à saúde mental. Junto com o declínio da memória, as pessoas depressivas apresentam tristeza, desânimo, distúrbios do sono, perda de apetite, letargia, aumento ou ganho de peso, entre outros.

TDAH

O Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é outra condição em que a inquietação e a dificuldade de concentração é predominante. Sendo assim, também pode afetar a memória. A pessoa com TDAH esquece ou perde objetivos pessoais com frequência, como chaves e carteira, e não se lembra de detalhes de conversas, além de ter dificuldade para acompanhar uma aula ou ler um livro por muito tempo.

É comum que pessoas que não gostem de estudar ou tiveram muita dificuldade para prestar atenção nas aulas quando estavam na escola descubram o diagnóstico de TDAH na vida adulta. Então, se você se identifica com essas experiências, procure um psicólogo para fazer uma avaliação.

Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)

O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é marcado por crises provocadas pela recordação do acontecimento traumático. As memórias do trauma normalmente não podem ser acessadas, visto que são reprimidas para evitar sofrimento. Quando essas memórias surgem, seja repentinamente ou a partir de um gatilho que lembre o indivíduo do trauma, ele não consegue distingui-las da realidade e entra em pânico.

Transtorno de bipolaridade

O transtorno de bipolaridade é caracterizado por dois sintomas principais: a mania e a depressão. A pessoa bipolar alterna entre esses dois estados de humor, podendo permanecer semanas ou meses em um antes do seu humor mudar completamente.

Na fase maníaca, a autoestima fica inflada e a pessoa se sente invencível, além de eufórica. A inquietação é tamanha que ela tem dificuldade para prestar atenção no que está acontecendo e toma atitudes impulsivas. Por conta disso, quando entra na fase depressiva, pode ter problemas para recordar o que aconteceu. 

Estresse pode causar problemas de memória?

O estresse, embora não seja uma condição de saúde mental, também interfere na memória. Quando o estresse é leve e moderado, ele pode chegar a aprimorar a memória. Mas, nesses casos, o estresse não dura muita.

A pessoa constantemente estressada possui dificuldade de formar memórias novas e, consequentemente, de lembrar de detalhes do dia a dia. Deste modo, pode cometer erros no trabalho, derrubar objetos, guardar objetos no lugar errado, esquecer-se de coisas faladas nas conversas, entre outros.

Isso acontece devido à liberação excessiva do hormônio do estresse, o cortisol. Quando os seus níveis se mantêm altos no organismo por um longo período, passa a afetar algumas funções do cérebro, como a regulação emocional, memória, concentração, raciocínio, entre outras.

Quando procurar um médico ou psicólogo em caso de problemas de memória?

Como os problemas de memória também são sintomas de doenças físicas, visitar um médico para descartar a possibilidade de patologias graves é essencial. Algumas condições que causam alterações na memória são hipotireoidismo, doenças neurológicas, Alzheimer e demência.

O médico que cuida da memória é o neurologista e ele pode ser consultado nos seguintes casos:

  • Dificuldade extrema de concentração;
  • Confusão de pensamento;
  • Dificuldade para guardar informações recentes;
  • Desencadeamento de um conjunto de sintomas físicos, como problemas de visão, dor de cabeça, dificuldade de usar e compreender o idioma, raciocínio lento, tontura, entre outros; e
  • Dificuldade para executar atividades diárias.

Já no caso do psicólogo, você pode marcar uma consulta ao perceber uma mudança drástica do seu humor e dificuldade para retomar o bem-estar emocional, apesar das tentativas para recobrá-lo.

Como tratar os problemas de memória?

Como escolher seu psicólogo?

Nesse guia completo você vai conhecer tudo sobre psicólogos e psicoterapia. A escolha do psicólogo certo para você envolve diversos fatores. Descubra aqui.

COMO ESCOLHER SEU PSICÓLOGO

A terapia é o melhor tratamento para os casos dos problemas de memória provocados por condições de saúde mental. O psicólogo desenvolve um plano de tratamento conforme a necessidade de cada paciente. Logo, o tratamento para a depressão não é o mesmo que o tratamento para o TDAH ou transtorno de bipolaridade.

Entretanto, a essência do acompanhamento psicoterapêutico é semelhante em todos os casos: pacientes são ensinados a responder de maneira saudável aos sintomas de suas respectivas condições de saúde mental, adotando técnicas específicas, como exercícios de respiração profunda, meditação, exercícios físicos, entre outros.

Além disso, na terapia se trabalha a autoestima, a consolidação de hábitos saudáveis e o planejamento pessoal visando o alcance dos objetivos de vida. Dessa forma, pacientes são capazes de desenvolver estilos de vida saudáveis e em conformidade com as suas vontades.

À medida que os sintomas da condição de saúde mental são tratados, os problemas de memória se tornam menos intensos.

O que é bom para exercitar a memória?

É possível exercitar a memória todos os dias de múltiplas maneiras. Os exercícios são importantes mesmo para quem não tem problemas de memória, uma vez que ajudam a manter a saúde desta função cerebral, principalmente durante o envelhecimento.

Confira algumas técnicas para exercitar a memória abaixo:

  • Praticar meditação;
  • Fazer palavras cruzadas;
  • Ler;
  • Fazer cálculos mentais;
  • Ter noites de sono de qualidade, dormindo entre seis e oito horas;
  • Procurar se lembrar dos acontecimentos do dia;
  • Manter um diário;
  • Descansar, desligando-se de redes sociais e apps de mensagem durante períodos de relaxamento;
  • Jogar jogos de memorização. Hoje existem muitos aplicativos com essa finalidade;
  • Ter uma dieta saudável, incluindo frutas e legumes;
  • Evitar fazer muitas coisas ao mesmo tempo;
  • Fazer anotações quando necessário; e
  • Fazer check ups regulares com o médico.

Esses exercícios também podem ser feitos durante o tratamento da condição de saúde, seja física ou mental, como um complemento do tratamento, mas nunca um substituto. Para recomendações específicas para o seu caso, converse com seu médico ou psicólogo. É possível, ainda, transformar esses exercícios em hábitos para ter um estilo de vida mais saudável.

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*Os textos do site são informativos e não substituem atendimentos realizados por profissionais.

Thaiana Brotto

Autora: psicóloga Thaiana F. Brotto – CRP 106524/06 Formação: Thaiana Filla Brotto é psicóloga registrada no Conselho Regional de Psicologia sob o número 06/106524. Thaiana se formou em Psicologia pela PUC-PR em 2008, fez pós-graduação em Terapia Comportamental pela USP e é pós-graduanda em Neurociência pela PUC. Thaiana já escreveu mais de 400 artigos para o Blog Psicólogo e Terapia.

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